domingo, maio 31, 2009

DEPOIS DESTA...SERÁ VERDADE?

Digam-me que isto é mentira! Hugo Marçal... JUÍZ!? Este processo das crianças violadas vai mesmo ficar em "águas de bacalhau". É incrível a passividade do povo português face a este escândalo da pedofilia. Tem que se fazer justiça! Por favor reenviem aos amigos e conhecidos. Hugo Marçal está em vias de ser admitido a frequentar o curso de auditor de justiça do Centro de Estudos Judiciários. O nome do arguido no processo de pedofilia da Casa Pia vem publicado no Diário da República de ontem, entre centenas de candidatos a frequentar a escola que forma os juízes portugueses.
Mas ao contrário dos outros, Hugo Marçal não vai prestar provas... Pelo facto de ser doutor em Direito - grau académico que terá obtido em Espanha - está por lei «isento da fase escrita e oral» e tem ainda «preferência sobre os restantes candidatos». Resultado: o advogado de Elvas está na prática à beira de ser seleccionado para o curso que formará a próxima geração de magistrados! O nome de Hugo Manuel S. Marçal surge na página 4961 do Diário da República, 2.ª série, com o número 802, na lista de candidatos a ingressar no CEJ. Se concluir o curso com aproveitamento e iniciar uma carreira nos tribunais - primeiro como auditor de justiça, depois... Como juiz de direito?!... Marçal terá também o privilégio de não ser julgado num tribunal de primeira Instância.
AH, POIS É! É O PAÍS QUE TEMOS!. PORTUGAL DOS PEQUENINOS (Em tudo, infelizmente)

domingo, maio 24, 2009

COMER BROA

Diz um puto espanhol para um puto português:
- Eu como chocolate e tu comes broa...
O puto português conta à mãe o sucedido e a mãe diz para ele dizer o seguinte: Eu tenho o PS no governo e tu não tens...
No dia a seguir o puto espanhol volta a dizer ao puto português:
- Eu como chocolate e tu comes broa..
E o português respondeu:
- Eu tenho o PS no governo e tu não tens...
O puto espanhol foi para casa e disse à mãe o que o puto português lhe disse e a mãe disse-lhe:
- Olha diz-lhe que não tens, mas que também vais ter!!!
No outro dia o puto espanhol disse:
- Eu como chocolate e tu comes broa..
Diz o puto português:
- Eu tenho o PS no governo e tu não tens...
Diz o puto espanhol:
- Não tenho mas vou ter...
Diz o puto português:
- Então vais passar a comer broa que te vais LIXAR!

sábado, maio 23, 2009

CLARA FERREIRA ALVES, Artigo demolidor

Não admira que num país assim emerjam cavalgaduras, que chegam ao topo, dizendo ter formação, que nunca adquiriram, que usem dinheiros públicos (fortunas escandalosas) para se promoverem pessoalmente face a um público acrítico, burro e embrutecido.
Este é um país em que a Câmara Municipal de Lisboa, desde o 25 de Abril distribui casas de RENDA ECONÓMICA - mas não de construção económica - aos seus altos funcionários e jornalistas, em que estes últimos, em atitude de gratidão, passaram a esconder as verdadeiras notícias e passaram a "prostituir-se" na sua dignidade profissional, a troco de participar nos roubos de dinheiros públicos, destinados a gente carenciada, mas mais honesta que estes bandalhos. Em dado momento a actividade do jornalismo constituiu-se como O VERDADEIRO PODER. Só pela sua acção se sabia a verdade sobre os podres forjados pelos políticos e pelo poder judicial. Agora contínua a ser o VERDADEIRO PODER mas senta-se à mesa dos corruptos e com eles partilha os despojos, rapando os ossos ao esqueleto deste povo burro e embrutecido. Para garantir que vai continuar burro o grande cavallia (que em português significa cavalgadura) desferiu o golpe de morte ao ensino público e coroou a acção com a criação das Novas Oportunidades. Gente assim mal formada vai aceitar tudo e o país será o pátio de recreio dos mafiosos. A justiça portuguesa não é apenas cega. É surda, muda, coxa e marreca. Portugal tem um défice de responsabilidade civil, criminal e moral muito maior do que o seu défice financeiro, e nenhum português se preocupa com isso, apesar de pagar os custos da morosidade, do secretismo, do encobrimento, do compadrio e da corrupção. Os portugueses, na sua infinita e pacata desordem existencial, acham tudo "normal" e encolhem os ombros. Por uma vez gostava que em Portugal alguma coisa tivesse um fim, ponto final, assunto arrumado. Não se fala mais nisso. Vivemos no país mais inconclusivo do mundo, em permanente agitação sobre tudo e sem concluir nada.
Desde os Templários e as obras de Santa Engrácia, que se sabe que, nada acaba em Portugal, nada é levado às últimas Consequências, nada é definitivo e tudo é improvisado, temporário, desenrascado.
Da morte de Francisco Sá Carneiro e do eterno mistério que a rodeia, foi crime, não foi crime, ao desaparecimento de Madeleine McCann ou ao caso Casa Pia, sabemos de antemão que nunca saberemos o fim destas histórias, nem o que verdadeiramente se passou, nem quem são os criminosos ou quantos crimes houve.
Tudo a que temos direito são informações caídas a conta-gotas, pedaços de enigma, peças do quebra-cabeças. E habituámo-nos a prescindir de apurar a verdade porque intimamente achamos que não saber o final da história é uma coisa normal em Portugal, e que este é um país onde as coisas importantes são "abafadas", como se vivêssemos ainda em ditadura. E os novos códigos Penal e de Processo Penal em nada vão mudar este estado de coisas. Apesar dos jornais e das televisões, dos blogs, dos computadores e da Internet, apesar de termos acesso em tempo real ao maior número de notícias de sempre, continuamos sem saber nada, e esperando nunca vir a saber com toda a naturalidade. Do caso Portucale à Operação Furacão, da compra dos submarinos às escutas ao primeiro-ministro, do caso da Universidade Independente ao caso da Universidade Moderna, do Futebol Clube do Porto ao Sport Lisboa Benfica, da corrupção dos árbitros à corrupção dos autarcas, de Fátima Felgueiras a Isaltino Morais, da Braga Parques ao grande empresário Bibi, das queixas tardias de Catalina Pestana às de João Cravinho, há por aí alguém quem acredite que algum destes secretos arquivos e seus possíveis e alegados, muitos alegados crimes, acabem por ser investigados, julgados e devidamente punidos?
Vale e Azevedo pagou por todos? Quem se lembra dos doentes infectados por acidente e negligência de Leonor Beleza com o vírus da sida?
Quem se lembra do miúdo electrocutado no semáforo e do outro afogado num parque aquático? Quem se lembra das crianças assassinadas na Madeira e do mistério dos crimes imputados ao padre Frederico? Quem se lembra que um dos raros condenados em Portugal, o mesmo padre Frederico, acabou a passear no Calçadão de Copacabana? Quem se lembra do autarca alentejano queimado no seu carro e cuja cabeça foi roubada do Instituto de Medicina Legal? Em todos estes casos, e muitos outros, menos falados e tão sombrios e enrodilhados como estes, a verdade a que tivemos direito foi nenhuma. No caso McCann, cujos desenvolvimentos vão do escabroso ao incrível, alguém acredita que se venha a descobrir o corpo da criança ou a condenar alguém? As últimas notícias dizem que Gerry McCann não seria pai biológico da criança, contribuindo para a confusão desta investigação em que a Polícia espalha rumores e indícios que não têm substância. E a miúda desaparecida em Figueira? O que lhe aconteceu? E todas as crianças desaparecida antes delas, quem as procurou? E o processo do Parque, onde tantos clientes buscavam prostitutos, alguns menores, onde tanta gente "importante" estava envolvida, o que aconteceu?
Arranjou-se um bode expiatório, foi o que aconteceu. E as famosas fotografias de Teresa Costa Macedo? Aquelas em que ela reconheceu imensa gente "importante", jogadores de futebol, milionários, políticos, onde estão? Foram destruídas? Quem as destruiu e porquê? E os crimes de evasão fiscal de Artur Albarran mais os negócios escuros do grupo Carlyle do senhor Carlucci em Portugal, onde é que isso pára?
O mesmo grupo Carlyle onde labora o ex-ministro Martins da Cruz, apeado por causa de um pequeno crime sem importância, o da cunha para a sua filha. E aquele médico do Hospital de Santa Maria, suspeito de ter assassinado doentes por negligência? Exerce medicina? E os que sobram e todos os dias vão praticando os seus crimes de colarinho branco sabendo que a justiça portuguesa não é apenas cega, é surda, muda, coxa e marreca. Passado o prazo da intriga e do sensacionalismo, todos estes casos são arquivados nas gavetas das nossas consciências e condenados ao esquecimento.
Ninguém quer saber a verdade. Ou, pelo menos, tentar saber a verdade.
Nunca saberemos a verdade sobre o caso Casa Pia, nem saberemos quem eram as redes e os "senhores importantes" que abusaram, abusam e abusarão de crianças em Portugal, sejam rapazes ou raparigas, visto que os abusos sobre meninas ficaram sempre na sombra. Existe em Portugal uma camada subterrânea de segredos e injustiças , de protecções e lavagens , de corporações e famílias , de eminências e reputações, de dinheiros e negociações que impede a escavação da verdade.
Este é o maior fracasso da democracia portuguesa.
Clara Ferreira Alves - "Expresso"

quarta-feira, maio 20, 2009

O GRANDE JOGO DA POLÍTICA PORTUGUESA

Caros amigos ( e alguns inimigos - poucos felizmente) aqui vos deixo uma obra literária que terminei hoje de ler, do meu querido amigo e barreirense de gema chamado FERNANDO SOBRAL - Jornalista do Jornal de Negócios. Trata-se de uma obra publicada recentemente pela Bertrand Editora intitulada "OS ANOS SÓCRATES". Esta obra tem um belíssimo prefácio de Marcelo Rebelo de Sousa.
Aconselho a todos a sua leitura e prometo que não se vão dar por enganados.
Bem hajam todos vós.

segunda-feira, maio 11, 2009

Isto é que é economia!!!

Numa pequena vila e estância na costa sul da França chove e nada de especial acontece.
A crise sente-se. Toda a gente deve a toda a gente, carregada de dívidas.
Subitamente, um rico turista russo chega ao foyer do pequeno hotel local. Pede um quarto e coloca uma nota de 100 € sobre o balcão, pede uma chave de quarto e sobe ao 3º andar para inspeccionar o quarto que lhe indicaram, na condição de desistir se lhe não agradar.
O dono do hotel pega na nota de 100 € e corre ao fornecedor de carne a quem deve 100 €, o talhante pega no dinheiro e corre ao fornecedor de leitões a pagar 100 € que devia há algum tempo, este por sua vez corre ao criador de gado que lhe vendera a carne e este por sua vez corre a entregar os 100 € a uma prostituta que lhe cedera serviços a crédito. Esta recebe os 100 € e corre ao hotel a quem devia 100 € pela utilização casual de quartos à hora para atender clientes.
Neste momento o russo rico desce à recepção e informa o dono do hotel que o quarto proposto não lhe agrada, pretende desistir e pede a devolução dos 100 €. Recebe o dinheiro e sai.
Não houve neste movimento de dinheiro qualquer lucro ou valor acrescido.

Contudo, todos liquidaram as suas dividas e este elementos da pequena vila costeira encaram agora optimisticamente o futuro.
Dá que pensar...

sexta-feira, maio 08, 2009

Casa Pia: a derrota da acusação


Aquí vai mais um artigo enviado por um amigo, que merece ser lido e relido, para que a nossa memória nunca venha a esquecer:

---"Após três anos a ser dirimido no tribunal, o caso Casa Pia aproxima-se finalmente do fim - e todos esperamos que haja justiça quer para as vítimas quer para os acusados.
Contudo o facto do procurador do Ministério Público, João Aibéu, que conduz a acusação, vir agora pedir 29 alterações dos factos que estão a ser julgados faz temer o pior.
Não se tratam de alterações de pormenor. Pelo contrário. Com excepção de uma, todas dizem respeito a períodos, datas e locais onde terão sido cometidos os abusos sexuais sobre os alunos da Casa Pia, ou seja, o cerne dos factos que estão a ser julgados.
Como é possível?! Como se pode aceitar que, após três anos de julgamento e de inclusive já ter feito as alegações finais, o procurador João Aibéu venha agora querer alterar factos que são certamente decisivos para condenar ou ilibar os acusados?!
O que João Aibéu fez foi confessar a fragilidade da acusação. E isso faz temer o pior. Faz temer que as vítimas não terão justiça. Porque, quanto aos arguidos, mesmo que ilibados, nunca deixarão de carregar o labéu de terem sido suspeitos da prática de actos de pedofilia, já que a opinião pública há muito os condenou através da comunicação social.
Mas se se confirmar a absolvição da maioria dos arguidos, então essa será também mais uma enorme derrota para o Ministério Público, que as vem acumulando com regularidade. O que exige uma profunda reflexão interna de um organismo que tem a nobre obrigação de procurar e promover a verdade.
Apresente-se o primeiro português que durante estes longos 3 anos acreditou que sobre este caso se iria fazer justiça.
O Carlos Silvino, conhecido por Bibi, confessou que durante anos levou 'meninos' a senhores que não estavam lá para os receber. E porque confessou, vai ser dificil não ser condenado.
Quanto aos outros, estejam ou não inocentes, têm a vida estragada, o nome enlameado na praça pública sem que se venha a saber se com justiça ou não.
A PJ e o Ministério Público têm contas a prestar ao país e esclarecimentos a dar. Se não for em nome da justiça e do Direito seja em nome do bom-senso, qualidade que tanto falta em Portugal.
Se tudo se passava como se alega na acusação, então deveriam ter apanhado os envolvidos em flagrante.
Teriam montado uma operação, até para não espantar a caça, poderiam ter filmado e recolhido provas dos dias, locais, teria sido possível provar quase tudo e aí não haveria dúvidas.
Agora, já não foi ali, mas acolá, noutro dia, noutro mês? Indizível. Não fizeram isso porquê?
As escutas resolviam esse tipo de dificuldades? Andaram feitos loucos atrás de um carro que foram interceptar no Algarve? Foram prender com a TV um deputado a S. Bento que já se havia prontificado a comparecer em tribunal?
Estavam tão seguros de quê? Não seria arrogância a mais? Exibição gratuita de poder? Agora, está tudo conspurcado.
Nunca se saberá se TODOS os arguidos estiveram ou não envolvidos, mas se alguns estão (porque há quem tenha confessado) inocentes, os responsáveis pela investigação terão cometido um erro imperdoável.
Se houver inocentes nisto tudo, nunca mais poderão ter sossego.
Isto, se for assim, revela uma incompetência tal que o melhor é varrer tudo e lavar com ácido.
O julgamento já pouco importa no público. Está para uns tudo perfeitamente claro e estão condenados.
Para os outros desse público fica a dúvida mesmo que venham alguns a ser absolvidos.
Isto não se faz! E é pena!
A culpa não é do Ministério Público, a culpa não é da Policia Judiciária, a culpa não é dos Tribunais.
A culpa é da viatura com que Carlos Silvino transportava as crianças. A culpa é dos arguidos que não estavam nos locais indicados para receber as ditas cujas. A culpa é das crianças que iam para os lugares errados.
E agora o que pretendem? Foram afinal estas últimas que abusaram de quem tinha o poder. Foram as crianças que inventaram tudo e mais alguma coisa.
Mas isto já tinha sido dito; mas isto já tinha sido afirmado; mas ninguém deu ouvidos a ninguém; ninguém quis escutar ninguém. Assim, pergunta-se: Para quê gastar dinheiro em acções de investigação? Para quê, sim para quê?
Já se tinha dito que a culpa é dos pequenitos, porque os grandes esses dificilmente algum dia têm culpa.
Vejam o caso dos Açores, descoberto, investigado, condenado, assunto arrumado, caso encerrado.
Claro, não havia cães grandes, era tudo vira-latas.
Por fim justiça seja feita, a verdade seja dita, demoraram mas acharam, encontraram os culpados.
Carlos Silvino porque conduziu. A viatura porque transportou. As crianças porque lá estavam. Há, faltava ainda achar um culpado, estava a ver que me faltava um culpado. A Casa Pia que deu o nome ao processo.
Quando foi que a "opinião pública os condenou através da comunicação social"? Quando o grande comunicador C. Cruz se apresentou às televisões e chorando repetiu a sua inocência...?! Foi um espectáculo triste, uma desilusão para a maioria do povo português habituado a ver uma cara quase familiar da TV, quando dias após se soube que afinal a declarada inocência era dúbia... para um profissional da comunicação de massas, suscitava mesmo a impressão do logro. Depois foi todo o desfiar de um novelo emaranhado tanto na política como na "social-light". O culminar do descrédito de todo o processo, vem com a indemnização de um dos arguidos P. Pedroso, que nem foi sequer a julgamento, e o remate do fio da meada surge com a nova lei-penal, concluída e aprovada mais depressa que o desfecho do processo... e tudo isto não são opiniões públicas, são factos. Como diria a Rainha ao suspeitoso D. Dinis; "São rosas, senhor, são rosas!".
Todos temos a certeza agora daquilo que já suspeitavamos há muito tempo: Vivemos numa sociedade de classes. A culpa é nossa, somos nós que os entronizamos. Os nobres passeiam-se impunemente, abusando livremente do povo. O caso Casa Pia foi flagrante. O proxeneta confessou. Muitas das crianças acabaram por se dedicar à prostituição e algumas delas faleceram com Sida. As testemunhas são mais que muitas. Existe documentação fotográfica dos crimes (entretanto abafada e escondida). Teve a maior cobertura mediática de sempre e o apoio da população em geral.
Apesar de tudo isto, adivinha-se que a justiça ficará por fazer.
Que esperança têm agora as crianças abusadas nas inúmeras instituições de acolhimento espalhadas pelo país, incluindo as regiões autónomas? Desengane-se quem pensou que a Casa Pia se trata de um caso isolado.
Não é. É a ponta do icebergue. Só nos Açores são conhecidos vários casos de instituições em que as crianças são abusadas por alunos mais velhos e por "clientes" externos.
Se restar algum jornalista no Expresso, vá lá e investigue. Mais importante do que punir os culpados é impedir que novas crianças voltem a passar pelo mesmo.

quinta-feira, maio 07, 2009

Não enriquecemos!

Vítor Constâncio quebrou a tradição e aproveitou o boletim da Primavera para rever em forte baixa as previsões para a economia portuguesa. O governador do Banco de Portugal mostrou que as coisas estão mal, mesmo muito mal, e que tão cedo não vão melhorar. O país atravessa a pior recessão desde 1975, arrastado pela forte contracção do investimento privado e das exportações. Em síntese, em 2009, o PIB deverá cair 3,5%, em vez de 0,8%, o valor previsto no Inverno. E num ápice, são seis mil milhões de euros que se evaporam, um montante que chega para suportar o investimento total no projecto do comboio de alta velocidade.

Pior, a retoma não chegará tão cedo. Constâncio já tinha avisado. Só no final de 2010 se começarão a sentir os primeiros sinais de recuperação e apenas em 2011 se poderá falar do princípio do fim da crise. Primeiro os Estados Unidos, depois a União a Europeia e só então Portugal. É este o desolador programa das festas.

Lido e relido o boletim do Banco de Portugal, não há palavra, por mais discreta, que sugira um pessimismo exagerado. Pelo contrário, o resultado final ainda pode ser pior. Os riscos são consideráveis e a incerteza não é grande, é enorme.

Mas não ficamos por aqui. Para além de mostrar a realidade, negra, Constâncio apresenta um futuro agreste. E avisa o Governo que deve começar já a pensar como é que, depois do lançamento do pacote anti-crise, vai voltar a meter em ordem as contas públicas. É que não há tempo para descansar. Tudo tem um preço, mesmo que só se pague mais tarde.

O aviso do Banco de Portugal serve para todos. Neste momento, com a inflação negativa, sobretudo à custa da forte descida do preço dos combustíveis, e com os juros baixos, sobra algum dinheiro na carteira. Vontade de gastar não faltará, mas isso também vai acabar. Com a retoma, os preços voltarão a subir, como já antecipam alguns economistas, e atrás virá a subida dos juros. O dinheiro vai e volta. A verdade é que não ficámos mais ricos.

publicado por Sílvia de Oliveira, em http://fimdepartida.blogs.sapo.pt