terça-feira, outubro 28, 2008

REFORMADOS ACTIVOS - SOMOS OS MELHORES

Artigo para ler, reler e... meditar:

Ao menos num capítulo ninguém nos bate, seja na Europa, nas Américas ou na Oceânia: nas políticas sociais de integração e valorização dos reformados.
Aí estamos na vanguarda, mas muito na vanguarda. De acordo, aliás, com estes novos tempos, em que a esperança de vida é maior e, portanto, não devem ser postas na prateleira pessoas ainda com tanto a dar à sociedade.
Nos últimos tempos, quase não passa dia sem que haja notícias animadoras a este respeito. E nós que não sabíamos!
Ora vejamos:
O nosso Presidente da República é um reformado; o nosso mais "mortinho por ser " candidato a Presidente da República é um reformado; o nosso ministro das Finanças é um reformado; o nosso anterior ministro das Finanças já era um reformado; o ministro das Obras Públicas é um reformado; gestores activíssimos como Mira Amaral (lembram-se?) são reformados; o novo presidente da Galp, Murteira Nabo, é um reformado; entre os autarcas, "centenas, se não milhares" de reformados - garantiu-o o presidente da ANMP; o presidente do Governo Regional da Madeira é um reformado (entre muitas outras coisas que a decência não permite escrever aqui);
E assim por diante...
Digam lá qual é o país da Europa que dá tanto e tão bom emprego a reformados?
Que valoriza os seus quadros independentemente de já estarem a ganhar uma pensãozita?
Que combate a exclusão e valoriza a experiência dos mais (ou menos...) velhos?
Ao menos neste domínio, ninguém faz melhor que nós.
Ainda hão-de vir todos copiar este nosso tão generoso "Estado social"...

terça-feira, outubro 14, 2008

O CONCELHO DO BARREIRO E O FUTURO

Do meu amigo Manuel Cerqueira recebi o artigo que passo a transcrever:

“O QUE ENFRAQUECE O RUMO DO PROGRESSO BARREIRENSE É O DISCURSO DO NEGATIVISMO, DA MALEDICÊNCIA, DO PESSIMISMO, DO BOTA-ABAIXO”

Desde sempre têm os socialistas barreirenses, lutado e procurado defender para a nossa terra as verdadeiras convicções do progresso numa base de verdade, de equilíbrio, de seriedade, de sensatez e sentido da responsabilidade. Por isso, os projectos de grandes investimentos, não sendo uma receita milagrosa nem trazendo o leite e o mel numa bandeja, é uma boa e importante transformação e um valioso instrumento para ajudar a responder a velhos e angustiantes problemas de desenvolvimento das diversas freguesias do concelho do Barreiro e da região. “Com os inadiáveis e fundamentais investimentos da Governação Socialista o concelho do Barreiro avançou no sentido da sua modernização e de justiça social”. Como alavanca, aponta a importância do Plano Estratégico (Masterplan) para a Quimiparque, como um grande pólo de excelência de desenvolvimento para esta vasta região, permitindo não só a criação de milhares de empregos, criando pólos de desenvolvimento e projectos âncora, no intuito de "tornar a nossa região num grande espaço de desenvolvimento e permitir que, no século XXI, o Barreiro seja novamente um concelho industrial. Nós socialistas não nos esquecemos porque existimos e não esquecemos que temos um contrato de respeito, de responsabilidade e de credibilidade com o concelho e com os barreirenses. “O Barreiro e o poder local exige gente que o ame e que não se sirvam politicamente do seu glorioso passado para interesses de âmbito partidário”.

O Partido comunista e a cdu não servem para assegurar um futuro promissor de concelho moderno e desenvolvido que todos nós pretendemos para o Barreiro. Por razões ideológicas não terá capacidade e competência para enfrentar certos desafios de modernidade.” E digo ideológicos porque, na verdade, quando se colocam os interesses estratégico-partidários acima dos interesses do concelho do Barreiro, estamos a “dar sinais” para que se aposte na mudança e todos somos, naturalmente, obrigados a assumir uma responsabilidade acrescida na defesa e valorização da “substância” e de um modelo de desenvolvimento sustentado.

No próximo ano decorrem eleições decisivas para o Barreiro e a questão que se coloca é quem vai “gerir” no futuro os grandes investimentos que o Governo Socialista programou para a nossa terra? A ponte Barreiro-Chelas, TGV e oficinas, Metro Sul do Tejo, Masterplan – Plano Estratégico para os terrenos da Quimiparque, ETAR – Barreiro-Moita, Ponte Barreiro-Seixal, RAVE-cidade ferroviária, Projecto Cidade do Cinema, Aeroporto, a intermodalidade dos transportes entre as duas margens a construção de creches, escolas, jardins-de-infância, lares de idosos, etc.…
O povo, que gosta e vive na cidade do Barreiro, sabe perfeitamente que todos estes fundamentais projectos para o desenvolvimento e crescimento da nossa terra são da responsabilidade genuína dos Socialistas. Por isso, não podemos delegar esta responsabilidade ao partido comunista/cdu. É o Partido Socialista do Barreiro que deve protagonizar este projecto!
Urge, por isso, muito trabalho para tentar conquistar o voto (útil) dos eleitores flutuantes, indecisos, dos que tendencialmente no Barreiro não votam, sabendo que estes cidadãos por simpatia e confiança normalmente votam nos valores da liberdade democrática. O voto (útil) é fundamental para alterar ou diminuir a maioria absoluta do partido comunista/cdu, limitando assim, o estabelecimento eterno de teias e tentáculos na nossa terra, e privilegiando a rotatividade democrática na Câmara, Assembleia Municipal e juntas de freguesia. A dinâmica da modernização do Concelho e região não cabe só ao Governo do Partido Socialista, criando ou reforçando investimentos, clarificando apoios ou até mesmo simplificando procedimentos para vencermos o atraso estrutural em que o Barreiro se encontra. A mudança para sairmos deste limbo, cabe também aos responsáveis autarcas barreirenses em que a transformação na qualidade de vida e de bem-estar das pessoas, acompanhada da boa qualidade urbanística e do ambiente e na eficácia dos serviços é fundamental, sobretudo nas freguesias porque têm como escopo directo e principal servir a população.
Como insistentemente se tem afirmado, só a ruptura com esta política autarca (Câmara e freguesias) abre caminho para a superação dos défices estruturais que o concelho do Barreiro enfrenta. Com os votos dos barreirenses que não votaram em 2005 (Abstenção-46,19 %) é possível alterar o rumo e construir um futuro de progresso, um Barreiro moderno, vivo, criativo, sólido e de futuro.
Uma região assim só pode ser desenvolvida com os seus habitantes. Mas as pessoas não são números. As pessoas são sobretudo sentimentos, quereres e emoções. Só o conjunto de vontades duma população empenhada fará do concelho do Barreiro uma terra verdadeiramente nova, completamente diferente da matriz que o partido comunista/cdu desenvolveu na Câmara municipal e freguesias e que nos levou ao marasmo”. Precisamos de gente que saiba empreender para se libertar! O Barreiro precisa de atrair mais pessoas, ter mais massa critica mas precisa essencialmente de uma visão jovem, moderna, da força e da convicção dos que nele acreditam como terra de passado, presente e futuro para os seus filhos. É cada vez mais insustentável o desfasamento entre o discurso autárquico (e da comunicação social local) e a prática no Barreiro. “O que enfraquece o rumo do progresso e minimiza a credibilidade da autarquia barreirense é o discurso do negativismo, da maledicência, do pessimismo, do bota-abaixo” É por isso caso para dizer que a Câmara Municipal do Barreiro que chegou agora a esta visão de futuro para a nossa terra, muito tarde e apressadamente, porventura animada pelo sentido da oportunidade mediática e eleitoralista, bem poderia ter acordado mais cedo (desde o dia da liberdade) e o problema das pessoas e do concelho do Barreiro teria tido, certamente, outros desenvolvimentos e crescimento. A nossa região precisa no futuro de um novo modelo de desenvolvimento e de um novo ciclo de progresso humano e social, e merece, se os seus habitantes nas próximas eleições autárquicas de 2009, forem mais exigentes e mais responsáveis e actuantes em todos os capítulos da vida da sociedade barreirense.

domingo, outubro 12, 2008

REFORMADOS ACTIVOS - SOMOS OS MELHORES

Ao menos num capítulo ninguém nos bate, seja na Europa, nas Américas ou na Oceânia: nas políticas sociais de integração e valorização dos reformados.
Aí estamos na vanguarda, mas muito na vanguarda. De acordo, aliás, com estes novos tempos, em que a esperança de vida é maior e, portanto, não devem ser postas na prateleira pessoas ainda com tanto a dar à sociedade.
Nos últimos tempos, quase não passa dia sem que haja notícias animadoras a este respeito. E nós que não sabíamos!
Ora vejamos:
* O nosso Presidente da República é um reformado;
* o nosso mais "mortinho por ser" candidato a Presidente da República é um reformado;
* o nosso ministro das Finanças é um reformado;
* o nosso anterior ministro das Finanças já era um reformado;
* o ministro das Obras Públicas é um reformado;
* gestores activíssimos como Mira Amaral (lembram-se?) são reformados;
* o novo presidente da Galp, Murteira Nabo, é um reformado;
* entre os autarcas, "centenas, se não milhares" de reformados - garantiu-o o presidente da ANMP;
* o presidente do Governo Regional da Madeira é um reformado (entre muitas outras coisas que a decência não permite escrever aqui);
E assim por diante...
Digam lá qual é o país da Europa que dá tanto e tão bom emprego a reformados?
Que valoriza os seus quadros independentemente de já estarem a ganhar uma pensãozita?
Que combate a exclusão e valoriza a experiência dos mais (ou menos...) velhos?
Ao menos neste domínio, ninguém faz melhor que nós.
Ainda hão-de vir todos copiar este nosso tão generoso "Estado social"...

sábado, outubro 11, 2008

MAGALHÃES ?

Ai a politica.
Nosso, mesmo, é o "Cozido à Portuguesa"... até ver!
Nossas são também a mania das grandezas e a política medíocre, o povo alienado e os "Merdia" da treta.
Magalhães - golpe de propaganda da loja dos trezentos (agora do chinês).
Os noticiários abriram há dias com pompa e circunstância, anunciando o lançamento do "Primeiro computador portátil português", o "Magalhães".(Só abriram com isso porque o Benfica não jogava).
A RTP refere que é "um projecto português produzido em Portugal". Já de si este português é duvidoso, com fedor a pleonasmo.
A SIC refere que "um produto desenvolvido por empresas nacionais e pela Intel" e que a "concepção é portuguesa e foi desenvolvida no âmbito do Plano Tecnológico."
Na realidade só com muito boa vontade é que o que foi dito e escrito é verdadeiro. O projecto não teve origem em Portugal, já existe desde 2006 e é da responsabilidade da Intel. Chama-se Classmate PC e é um laptop de baixo custo destinado ao Terceiro Mundo (é demasiado fácil, por isso não vou dizer nada) e já é vendido há muito tempo através da Amazon.
As notícias foram cuidadosamente feitas de forma a dar ideia de que o "Magalhães" é algo de completamente novo e com origem em Portugal. Não é verdade. Felizmente existem alguns blogues atentos.
Na imprensa escrita salvou-se, que se tenha dado conta, a notícia do Portugal Diário: "Tirando o nome, o logótipo e a capa exterior, tudo o resto é idêntico ao produto que a Intel tem estado a vender em várias partes do mundo desde 2006. Aliás, esta é já a segunda versão do produto."
Pelos vistos, o jornalista Filipe Caetano foi o único a fazer um trabalho de investigação em vez de reproduzir o comunicado de imprensa do Governo.
A ideia é destruir os esforços de Negroponte para o OLPC. O criador do MIT Media Lab criou esta inovação, o portátil de 100 dólares...
A Intel foi um dos parceiros até ver o seu concorrente AMD ser escolhida como fornecedor. Saiu do consórcio e criou o Classmate, que está a tentar impor aos países em desenvolvimento.
Sócrates acaba de aliar-se, SEM CONCURSO, à Intel, para destruir o projecto de Negroponte. A JP Sá Couto que já fazia os Tsumani tem assim, SEM CONCURSO, todo o mercado nacional do primeiro ciclo.
Tudo se justifica em nome de um número de propaganda política terceiro-mundista.
Para os pivots (ex-jornalistas?) Rodrigues dos Santos ou José Alberto Carvalho, o importante é debitar chavões propagandísticos em vez de fazer perguntas. Chama-se a isso "Serviço Público" à portuguesa.
Se não fosse a blogosfera - que o ministro Santos Silva ainda não controla - esta propaganda não seria desmascarada. Os jornalistas da imprensa tradicional têm vindo a revelar-se de uma ignorância, seguidismo e preguiça atroz. Jornalistas? Quais? Onde?

http://pt.wikipedia.org/wiki/Nicholas_Negroponte#O_PC_de_USD_100
http://www.classmatepc.com/
http://www.youtube.com/watch?v=XI4UyUnXZzE

quarta-feira, outubro 01, 2008

Na esquina de um enorme precipício

Aqui vos deixo um texto do meu amigo Carlos Alberto ( Carló):

---" Portugal vem sendo empurrado há 30 anos, por uma oligarquia cega e surda, em direcção a uma perigosa esquina social, por detrás da qual um precipício de elevadas consequência esconde o que está para vir, se bem que de imaginado desastre económico, cujos efeitos sociais bem visíveis se agarram à pele dos portugueses!
À mercê do grande capital presente em todos os cantos do país, os portugueses voltaram à tradição de povo nómada à procura de melhor destino. Os mais novos no ilícito encontram a sobrevivência e aos gangs vão parar, empurrados por devastador atentado ao progresso social.
Em Portugal, governantes de calças ou de saias, contribuintes activos na decadência económica, insistem nas políticas de confirmada falha social. Da educação à aposentação, comprometem o futuro dos jovens, muitos dos quais caiem no crime organizado. O desemprego facilita o recrutamento delituoso.
A explosão criminosa resulta com toda a clareza da crise do emprego. Jovens com cursos ou sem eles confrontam-se com o desemprego de longa duração e, se encontram algum posto de trabalho quase sempre é de curta duração e por certo mal pago.
A estabilidade necessária à constituição de família não existe, permanecendo a insegurança para a fase derradeira, para muitos aguarda-os depósitos de velhos.
A mobilidade capitalista arrebanha as riquezas onde elas se encontram. O capital entra pela porta grande, aberta por ministros vassalos, descapitaliza o país onde se instala deixando-o mais decrépito do que antes de lá ter entrado e, sai quando lhe apetece ou escasseiam capitais e para outro recanto do mundo abalam com o mesmo propósito, sacar. Portugal tem sido vítima deste sistema de portas abertas à fúria delapidadora da sua riqueza.
A obsessão da redução dos custos que invade as mentes de “poupados” governantes, empresários e financeiros estafados em acumular capital está a virar do avesso o peso da despesa no global da nação. Por isso Portugal está mais pobre.
O investimento do Estado na Saúde e na Educação e os seus resultados não podem ser avaliados em termos de juros de capital, mas sim como meta de resultados sociais. É um erro comparar-se os efeitos na diferença do que gasta em capital dinheiro e do que recebe em capital de saúde e educação, produzindo mais e melhores produtores de riqueza, promovendo a qualidade do trabalho, revigorando a Nação e por isso Portugal está mais pobre
A recessão arrasta os pequenos países na lógica vampírica, sinal mais que evidente que as políticas económicas e sociais estão invertidas, produzindo os ingredientes que temperam as crises e afectam negativamente os que trabalham ou procuram emprego, meio de sobrevivência de milhares de famílias, enchendo com elevados lucros os que inventam as crises e delas acumulam riquezas obscenas.
O grande capital concebe a escassez e gere os resultados que os favorece, suga os efeitos nefastos para as populações que pouco entendem das tácticas do capitalismo selvagem e na sua prolongada bonomia de ombros encolhidos, permitindo que trauliteiros da economia e populistas do Estado comandem os destinos dos povos.
Quem pretende acabar com o crime violento que grupos de jovens armados semeiam no país? De certo que todos sabemos quem não está virado para aí! Este fenómeno é filho da escassez de emprego. Tratem os responsáveis de os ocupar com a escolaridade, a formação profissional e o emprego na devida altura, salário compatível com o custo de vida e veremos se o crime não se reduz ao insignificante desacato!
Somos órfãos da nossa história, diferimos imenso do que fomos e do que somos agora. Antes decidíamos o que ser e fazer, hoje somos o que nos mandam as ordens lá de fora! ---"

*A Justiça criminosa* por Clara Ferreira Alves

In Pluma Caprichosa *Segunda-feira, 22 de Out de 2007

Por uma vez gostava que em Portugal alguma coisa tivesse um fim, ponto final, assunto arrumado. Não se fala mais nisso. Vivemos no país mais inconclusivo do mundo, em permanente agitação sobre tudo e sem concluir nada.
Desde os Templários e as obras de Santa Engrácia que se sabe que nada acaba em Portugal, nada é levado às últimas consequências, nada é definitivo e tudo é improvisado, temporário, desenrascado.
Da morte de Francisco Sá Carneiro e do eterno mistério que a rodeia, foi crime, não foi crime, ao desaparecimento de Madeleine McCann ou ao caso Casa Pia, sabemos de antemão que nunca saberemos o fim destas histórias, nem o que verdadeiramente se passou nem quem são os criminosos ou quantos crimes houve.
Tudo a que temos direito são informações caídas a conta-gotas, pedaços do enigma, peças do quebra-cabeças. E habituámo-nos a prescindir de apurar a verdade porque intimamente achamos que não saber o final da história é uma coisa normal em Portugal e que este é um país onde as coisas importantes são "abafadas", como se vivêssemos ainda em ditadura.
E os novos códigos Penal e de Processo Penal em nada vão mudar este estado de coisas. Apesar dos jornais e das televisões, dos blogues, dos computadores e da Internet, apesar de termos acesso em tempo real ao maior número de notícias de sempre, continuamos sem saber nada, e esperando nunca vir a saber com toda a naturalidade.
Do caso Portucale à Operação Furacão, da compra dos submarinos às escutas ao primeiro-ministro, do caso da Universidade Independente ao caso da Universidade Moderna, do Futebol Clube do Porto ao Sport Lisboa Benfica, da corrupção dos árbitros à corrupção dos autarcas, de Fátima Felgueiras a Isaltino Morais, da Braga parques ao grande empresário Bibi, das queixas tardias de Catalina Pestana às de João Cravinho, há por aí alguém que acredite que algum destes secretos arquivos e seus possíveis e alegados, muito alegados crimes, acabem por ser investigados, julgados e devidamente punidos?
Vale e Azevedo pagou por todos. Portugal tem um défice de responsabilidade civil, criminal e moral muito maior do que o seu défice financeiro, e nenhum português se preocupa com isso apesar de pagar os custos da morosidade, do secretismo, do encobrimento, do compadrio e da corrupção. Os portugueses, na sua infinita e pacata desordem existencial, acham tudo "normal" e encolhem os ombros.
Quem se lembra dos doentes infectados por acidente e negligência de Leonor Beleza com o vírus da sida?
Quem se lembra do miúdo electrocutado no semáforo e do outro afogado num parque aquático?
Quem se lembra das crianças assassinadas na Madeira e do mistério dos crimes imputados ao padre Frederico?
Quem se lembra que um dos raros condenados em Portugal, o mesmo padre Frederico, acabou a passear no Calçadão de Copacabana?
Quem se lembra do autarca alentejano queimado no seu carro e cuja cabeça foi roubada do Instituto de Medicina Legal?
Em todos estes casos, e muitos outros, menos falados e tão sombrios e enrodilhados como estes, a verdade a que tivemos direito foi nenhuma.
No caso McCann, cujos desenvolvimentos vão do escabroso ao incrível, alguém acredita que se venha a descobrir o corpo da criança ou a condenar alguém? As últimas notícias dizem que Gerry McCann não seria pai biológico da criança, contribuindo para a confusão desta investigação em que a Polícia espalha rumores e indícios que não substancia.
E a miúda desaparecida em Figueira? O que lhe aconteceu?
E todas as crianças desaparecida antes delas, quem as procurou?