sábado, dezembro 06, 2008

Artigo de opinião

Do meu amigo Manuel Cerqueira, recibo o seguinte artigo de opinião, que passo a transcrever, na íntegra - coisa que presumo não venha a contecer com a Imprensa Regional do Barreiro. Aquí vai:

BARREIRO – ALTO DO SEIXALINHO – TERCEIRA TRAVESSIA DO TEJO AS PESSOAS ESTÃO PRIMEIRO – HIPÓTESE A – MENOS POLUIÇÃO
Sofreu e continua a sofrer a população do Concelho do Barreiro, com os terríveis e nocivos gases (poluição) das fábricas da CUF, que durante décadas, envenenaram os corpos dos barreirenses de doenças desconhecidas, mas graves, e que no presente, impedem que os nossos idosos possam usufruir de uma velhice mais capaz, feliz e saudável. A poluição é real e não estamos no futuro, o presente é que se está a tornar... sufocante! Nomeadamente o dióxido de enxofre tende a ultrapassar os valores limite legislados. Com a Terceira Travessia do Tejo, os carros vão ser a principal fonte de contaminação do ar: os gases que saem dos escapes são responsáveis por 40% da poluição nas grandes cidades. Além da energia gasta pelos carros a queima de gasolina liberta um gás chamado monóxido de carbono (CO), respirar este gás faz mal para o coração, provoca náuseas, enjoo, dor de cabeça e prejudica os pulmões.
Hoje, com a proposta – hipótese B – da Câmara Municipal do Barreiro e o “amem” do executivo da junta de freguesia para o traçado da Terceira Travessia do Tejo no Alto do Seixalinho as gerações actuais e futuras vão continuar a sofrer com as graves implicações ambientais, paisagísticas, urbanísticas e de sobrecarga viária (70.000 carros e 328 comboios TGVs, Shuttles e tradicionais) no centro habitacional da freguesia do Alto do Seixalinho. Com a cedência/abandono por parte da Câmara Municipal do Barreiro da primeira opção – hipótese A, as pessoas/moradores da freguesia deixaram de estar primeiro. O que terá levado a autarquia a ceder, e a mudar de opinião? Que interesses se escondem por detrás desta súbita alteração estratégica?
Optar pela hipótese B da Câmara Municipal do Barreiro para o traçado da Terceira Travessia do Tejo (terrenos da autarquia - SMTCB), implica, contudo, afectar ou destruir moradias/vivendas e escolas novas, nomeadamente Padre Abílio Mendes e Augusto Cabrita, e canalizar a grande maioria das emissões de CO2 (30 toneladas/dia) será “despejada” na zona urbana/Hospital – Edifícios muito próximos um dos outros (o que prejudica a dispersão do ar poluído, que se concentra por mais tempo na área afectada).
Esta é (hipótese B), a pior solução ambiental para os moradores da freguesia do Alto do Seixalinho.
Se para a Câmara Municipal do Barreiro e junta de freguesia as pessoas estão realmente primeiro, estão a solução (hipótese A) será a mais equilibrada, numa orientação Norte-Sul de acordo com os ventos dominantes de Norte, no sentido Av. das nacionalizações-IC21, fará naturalmente um maior escoamento do CO2 em direcção à Mata da machada, como já o faz agora.
Precisamos de gente na Câmara Municipal do Barreiro e na junta de freguesia do Alto do Seixalinho que saiba empreender para se libertar! Os responsáveis autárquicos barreirenses deveriam ter um nível de exigência bem mais sólido, quanto ao futuro da qualidade do ar/ambiente no Alto do Seixalinho, para que constituíssem uma garantia real para todos aqueles cidadãos que pretendam no futuro instalar-se na nossa freguesia. A forma como as hipóteses A e B se encontram expressas nas diversas demonstrações, nem sempre são de fácil leitura para os residentes na freguesia, acabando por ser presas fáceis de apetências especulativas de pessoas e organizações sem escrúpulos. Qualquer das duas hipóteses (A e B), apresentam aspectos positivos e negativos. Na minha perspectiva, os responsáveis autárquicos barreirenses devem saber aproveitar as virtudes e procurar alterar as questões que se revelem nocivas para a qualidade de vida e de bem-estar dos moradores do Alto do Seixalinho. Como as pessoas estão primeiro, a opção – hipótese A – Menos poluição, é a melhor, não faz por isso sentido, estimular a hipótese B (defendida pela Câmara Municipal do Barreiro), “não fundamentada em termos ambientais” que outras gerações pagarão com uma saúde mais débil. Com a hipótese A – estarão criadas as condições para que se possa viver num ambiente mais saudável, onde o desenvolvimento sustentável seja uma realidade, como condição para um futuro com qualidade de vida e de bem-estar para todos os seus habitantes.
Será que é uma freguesia como a do Alto do Seixalinho, poluída de monóxido de carbono no interior da sua zona urbana, que queremos deixar, como futuro, para os nossos filhos e netos??? Será que as pessoas estão primeiro na hora da decisão final?

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