quinta-feira, fevereiro 04, 2010

POESIA, SEMPRE É POESIA!

Porque será que a história se repete e não se aprende com os erros da HISTÓRIA?
Tão actual em 1969, como hoje. Depois ainda dizem que a tradição não é o que era!!!
Soneto (quase) inédito) de José Régio - Em memória de Aurélio Cunha Bengala

Surge Janeiro frio e pardacento,
Descem da serra os lobos ao povoado;
Assentam-se os fantoches em São bento
E o Decreto da fome é publicado.

Edita-se a novela do Orçamento;
Cresce a miséria ao povo amordaçado;
Mas os biltres do novo parlamento
Usufruem seis contos de ordenado.

E enquanto à fome o povo se estiola,
Certo santo pupilo de Loyola,
Mistura de judeu e de vilão,

Também faz o pequeno “sacrifício”
De trinta contos – só! – por seu ofício
Receber, a bem dele... e da nação.
(Em 1969 no dia de uma reunião de antigos alunos)

Sem comentários: