segunda-feira, junho 28, 2010
NOTAS MAIS NOTAS MAIS NOTAS...
NOTAS COM OUTRAS PALAVRAS
1)- “Os sacrifícios devem ser repartidos de forma equitativa e justa” – palavras proferidas no dia 10 de Junho de 2010, pelo Presidente da República.
Daqui a alguns ano, aquando da possível inauguração de uma estátua de Sua Excelência, quem se recordará e interrogará acerca do estranho sentido que se quis dar a palavras como “equidade” e “justiça”, bem como quem recordará como foi possível Cavaco Silva apoiar uma repartição de sacrifícios decretada por sucessivos PEC’s, pondo pobres, desempregados, pensionistas e trabalhadores a pagar uma crise que, infelizmente, apenas encheu os bolsos dos principais responsáveis por ela? Mais, quem se recordará ainda do modelo selvagem de crescimento que impôs ao País quando foi primeiro-ministro, assente principalmente no aumento das desigualdades sociais e da pobreza?
2)- Sejam especialistas em economia, sejam professores catedráticos, sejam ex-Ministros das Finanças, sejam os iluminados que juntam as três qualidades, quando chegam à televisão, meio privilegiado para comentários gongóricos, dizem todos a mesma coisa: “Estamos à beira do precipício, acabou-se a festa, não há dinheiro para a Saúde, nem para a Educação, muito menos para pagar reformas. Este discurso catastrofista contamina-nos a todos, ainda pelo facto de terem feito previsões em devido tempo. Infelizmente os nossos políticos são incompetentes e ainda mais infelizmente o nosso povo é ignorante.
3)- Em tempos que já lá vão, um governo achou que o País padecia de estradas muito más e prometeu resolver esse problema. Fez uma rede de auto-estradas e anunciou que os utilizadores não as pagariam. É claro que muitos portugueses duvidaram da viabilidade dessa intenção, vaticinando alguns que se tratava de uma ruína financeira. Os anos passaram. De repente os políticos inverteram o discurso. Comunicaram ao País que, devido ao facto das auto-estradas não se pagarem a sí próprias, e por esse facto, mesmo sem pedir desculpas por estarem a desdizer uma das suas promessas eleitorais, o Governo mudou radicalmente de opinião e, seca e verticalmente notificou o País, sem lhe apresentar uma justificação, demonstrando cabalmente a falta de transparência e do indisfarçável desprezo que os políticos que estão no Governo nutrem por quem os elege. Note-se, entretanto que estas novas normas apenas se referem à zona norte do País.
A intenção governamental ofende o princípio da igualdade entre os cidadãos. Será que a nossa memória nos poderá levar ao tempo em que o Governo de Salazar construiu a ponte da Arrábida e que também ali queria implementar portagem. Naquele tempo, apesar da ditadura feroz que pairava no ar, as pessoas insurgiram-se e a vontade do Terreiro do Paço não foi por diante.
Hoje a ditadura não é política – porém exibe uma roupagem diferente e um linguajar técnico para adormecer o Povo – SE NÓS O QUISERMOS, AS PORTAGENS NÃO EXISTIRÃO.
4)- “Há alguma razão para que – tal como já anunciaram a Alemanha e outros – não se crie um novo imposto sobre transacções financeiras, e se taxem as transferências para paraísos fiscais, destinadas a fugir aos impostos (e que em 2009 atingiram mais de 11.000 milhões de Euros, quase tanto como o défice do País?). Há alguma razão para que a Banca (com lucros de 5 milhões de Euros por dia), continuem a merecer benefícios fiscais que lhes permite pagar de IRC uma taxa inferior a 14%, quando as pequenas empresas pagam uma taxa efectiva de 25%?.
5)- Tudo se discute neste Mundo, menos a democracia. Esta vem sendo amputada, sequestrada, condicionada, etc… O poder do povo limita-se apenas na esfera política a retirar do poder um Governo de que não gosta, colocando em seu lugar outro de que parece gostar. Temos aqui semelhanças com os Clubes de Futebol, sendo que as discussões se situam entre os adoradores do Benfica, do Sporting e do Porto. As grande decisões são normalmente tomadas numa esfera não democrática, pois como se sabe, quem escolhe os representantes nas grandes organizações europeias e internacionais, não tem nada a ver com democracia. Vivemos pois numa ditadura económica, num capitalismo autoritário. O conceito de cidadão foi substituído pelo de cliente. No momento presente esta democracia apenas se revela no período das eleições, quando se pede ao cidadão que coloque um p0apel numa urna de voto. Os governantes apenas estabelecem as leis, mas não mandam nelas, pois quem manda são as grandes empresas multinacionais que através do seu grande poder financeiro tudo controlam.
POR HOJE CHEGA. PASSEM BEM E SEJAM FELIZES!
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