segunda-feira, junho 28, 2010

NOTAS MAIS NOTAS MAIS NOTAS...


NOTAS COM OUTRAS PALAVRAS

1)- “Os sacrifícios devem ser repartidos de forma equitativa e justa” – palavras proferidas no dia 10 de Junho de 2010, pelo Presidente da República.
Daqui a alguns ano, aquando da possível inauguração de uma estátua de Sua Excelência, quem se recordará e interrogará acerca do estranho sentido que se quis dar a palavras como “equidade” e “justiça”, bem como quem recordará como foi possível Cavaco Silva apoiar uma repartição de sacrifícios decretada por sucessivos PEC’s, pondo pobres, desempregados, pensionistas e trabalhadores a pagar uma crise que, infelizmente, apenas encheu os bolsos dos principais responsáveis por ela? Mais, quem se recordará ainda do modelo selvagem de crescimento que impôs ao País quando foi primeiro-ministro, assente principalmente no aumento das desigualdades sociais e da pobreza?
2)- Sejam especialistas em economia, sejam professores catedráticos, sejam ex-Ministros das Finanças, sejam os iluminados que juntam as três qualidades, quando chegam à televisão, meio privilegiado para comentários gongóricos, dizem todos a mesma coisa: “Estamos à beira do precipício, acabou-se a festa, não há dinheiro para a Saúde, nem para a Educação, muito menos para pagar reformas. Este discurso catastrofista contamina-nos a todos, ainda pelo facto de terem feito previsões em devido tempo. Infelizmente os nossos políticos são incompetentes e ainda mais infelizmente o nosso povo é ignorante.
3)- Em tempos que já lá vão, um governo achou que o País padecia de estradas muito más e prometeu resolver esse problema. Fez uma rede de auto-estradas e anunciou que os utilizadores não as pagariam. É claro que muitos portugueses duvidaram da viabilidade dessa intenção, vaticinando alguns que se tratava de uma ruína financeira. Os anos passaram. De repente os políticos inverteram o discurso. Comunicaram ao País que, devido ao facto das auto-estradas não se pagarem a sí próprias, e por esse facto, mesmo sem pedir desculpas por estarem a desdizer uma das suas promessas eleitorais, o Governo mudou radicalmente de opinião e, seca e verticalmente notificou o País, sem lhe apresentar uma justificação, demonstrando cabalmente a falta de transparência e do indisfarçável desprezo que os políticos que estão no Governo nutrem por quem os elege. Note-se, entretanto que estas novas normas apenas se referem à zona norte do País.
A intenção governamental ofende o princípio da igualdade entre os cidadãos. Será que a nossa memória nos poderá levar ao tempo em que o Governo de Salazar construiu a ponte da Arrábida e que também ali queria implementar portagem. Naquele tempo, apesar da ditadura feroz que pairava no ar, as pessoas insurgiram-se e a vontade do Terreiro do Paço não foi por diante.
Hoje a ditadura não é política – porém exibe uma roupagem diferente e um linguajar técnico para adormecer o Povo – SE NÓS O QUISERMOS, AS PORTAGENS NÃO EXISTIRÃO.
4)- “Há alguma razão para que – tal como já anunciaram a Alemanha e outros – não se crie um novo imposto sobre transacções financeiras, e se taxem as transferências para paraísos fiscais, destinadas a fugir aos impostos (e que em 2009 atingiram mais de 11.000 milhões de Euros, quase tanto como o défice do País?). Há alguma razão para que a Banca (com lucros de 5 milhões de Euros por dia), continuem a merecer benefícios fiscais que lhes permite pagar de IRC uma taxa inferior a 14%, quando as pequenas empresas pagam uma taxa efectiva de 25%?.
5)- Tudo se discute neste Mundo, menos a democracia. Esta vem sendo amputada, sequestrada, condicionada, etc… O poder do povo limita-se apenas na esfera política a retirar do poder um Governo de que não gosta, colocando em seu lugar outro de que parece gostar. Temos aqui semelhanças com os Clubes de Futebol, sendo que as discussões se situam entre os adoradores do Benfica, do Sporting e do Porto. As grande decisões são normalmente tomadas numa esfera não democrática, pois como se sabe, quem escolhe os representantes nas grandes organizações europeias e internacionais, não tem nada a ver com democracia. Vivemos pois numa ditadura económica, num capitalismo autoritário. O conceito de cidadão foi substituído pelo de cliente. No momento presente esta democracia apenas se revela no período das eleições, quando se pede ao cidadão que coloque um p0apel numa urna de voto. Os governantes apenas estabelecem as leis, mas não mandam nelas, pois quem manda são as grandes empresas multinacionais que através do seu grande poder financeiro tudo controlam.

POR HOJE CHEGA. PASSEM BEM E SEJAM FELIZES!

quinta-feira, junho 24, 2010

PARA QUE O MUNDO NÃO ESQUEÇA!


PARA QUE NUNCA SE ESQUEÇA!
Primeiro-Ministro britânico pede desculpa pelo "DOMINGO SANGRENTO"
O Primeiro-Ministro britânico, David Cameron, desculpou-se publicamente nesta terça-feira (15/06) pelo massacre conhecido como "Bloody Sunday" (Domingo sangrento). Por ocasião da divulgação do longamente esperado relatório, Cameron desculpou-se: "Em nome do governo, eu lamento profundamente".
"Bloody Sunday" - Em 30 de Janeiro de 1972, durante uma manifestação pelos direitos civis na cidade Norte-Irlandesa de Londonderry, paraquedistas das Forças Armadas britânicas dispararam contra um grupo de manifestantes católicos desarmados, matando 13 deles. Um 14º morreu devido aos ferimentos, meses depois. Em consequência, acirrou-se o conflito entre católicos e protestantes no país, com a ocorrência de diversos atentados terroristas do Exército Republicano Irlandês (IRA) nos meses seguintes, em represália. Todos os anos ocorre, na cidade palco do massacre, uma manifestação em memória às vítimas. Por motivos políticos, os Norte-Irlandeses católicos retiraram o "London" do nome da cidade, denominando-a apenas "Derry". Até então, a tragédia não teve quaisquer consequências jurídicas para os soldados responsáveis. Pouco depois do "Domingo sangrento", uma comissão convocada por Londres concluiu que os soldados haviam agido em legítima defesa. Um tribunal inglês igualmente definiu o ocorrido como um acto de defesa dos militares de elite contra terroristas irlandeses. Em 1998, o então Primeiro-Ministro britânico Tony Blair decretou a abertura de um novo processo, em apoio ao processo de paz na Irlanda do Norte. Familiares das vítimas e o governo apresentaram novos indícios e iniciaram-se os primeiros inquéritos públicos com o fim de investigar detalhadamente os fatos. Justiça difícil e morosa.
O processo, em que foram ouvidas cerca de 900 pessoas, consumiu 12 anos e o equivalente a 230 milhões de euros. Ao anunciar o relatório conclusivo de 5 mil páginas, nesta terça-feira em Londres, o Primeiro-Ministro David Cameron observou: "Não há dúvida, o que aconteceu no foi injustificado e injustificável. Foi errado". Ele ressaltou que nenhuma das vítimas estava armada e que os soldados não fizeram qualquer advertência antes de abrir fogo.
Havia temores de que o relatório reabrisse velhas feridas. Porém em Londonderry, segunda maior cidade da Irlanda do Norte, sua divulgação foi saudada pelos familiares das vítimas, ao lado de milhares de outros irlandeses. O Vice Primeiro-Ministro Norte Irlandês Martin McGuinness disse não acreditar que o relatório reabra feridas. Na época do massacre, ele era o segundo comandante do grupo militante católico IRA em Londonderry. "A minha esperança é que esta seja uma exposição muito clara do terrível acto cometido naquele dia pelo Estado e pelas Forças Armadas britânicas. E que ela contribua para que nunca, nunca mais vejamos actos como esse, em nenhuma comunidade." Em contrapartida, o partido DUP (Democratic Unionist Party), basicamente protestante e liderado pelo Primeiro-Ministro Norte Irlandês Peter Robinson, criticou o inquérito por criar uma "hierarquia das vítimas": "Mais de 3.500 pessoas foram mortas durante (período de conflitos sangrentos em torno do status constitucional da Irlanda, do final de 1960 até 1998), e há centenas de casos não resolvidos, aquí mesmo. E aí vemos centenas de milhões de libras serem gastas para investigar menos de duas dezenas dessas mortes".

Ver: http://www.dw-world.de/dw/article/0,,5687584,00.html

quarta-feira, junho 23, 2010

ESTOU FURIOSO!!!!!!!


PORQUE ESTAMOS NA FALÊNCIA?

420.000,00 € TAP administrador Fernando Pinto
371.000,00 € CGD administrador Faria de Oliveira
365.000,00 € PT administrador Henrique Granadeiro
250.040,00 € RTP administrador Guilherme Costa
247.938,00 € ISP administrador Fernando Nogueira
245.552,00 € CMVM Presidente Carlos Tavares
233.857,00 € ERSE administrador Vítor Santos
224.000,00 € ANA COM administrador Amado da Silva
200.200,00 € CTT Presidente Mata da Costa
134.197,00 € Parpublica administrador José Plácido Reis
133.000,00 € ANA administrador Guilhermino Rodrigues
126.686,00 € ADP administrador Pedro Serra
96.507,00 € Metro Porto administrador António Oliveira Fonseca
89.299,00 € LUSA administrador Afonso Camões
69.110,00 € CP administrador Cardoso dos Reis
66.536,00 € REFER administrador Luís Pardal
66.536,00 € Metro Lisboa administrador Joaquim Reis
58.865,00 € CARRIS administrador José Manuel Rodrigues
58.859,00 € STCP administrador Fernanda Meneses

51.892.820,00 € = Valor do ordenado anual (12 meses + subs Natal + subs férias); 926.657,50 € Média Prémios. TOTAL……52.819.477,50 € ( 900,00 € Média de um funcionário público); (58.688 - nº de funcionários públicos que dá para pagar com o mesmo dinheiro)

MAS NÃO ESTÃO CÁ TODOS...E DEPOIS AINDA QUEREM SABER SE A “MALTA” ESTÁ DISPOSTA A ABDICAR DO SUBSÍDIO DE FÉRIAS E/OU NATAL PARA AJUDAR O PAÍS...

sexta-feira, junho 18, 2010

AFINAL, A SAÚDE NÃO SERÁ UM BEM PRECIOSO?


Mais de 1,3 milhões de pensionistas em risco de perder apoios na saúde
Denise Fernandes e Cristina Oliveira Silva, in SAPO.pt
O Ministério da Saúde, tutelado por Ana Jorge, atribui isenção de taxas moderadoras a pensionistas de baixos rendimentos. Taxas moderadoras, comparticipação de medicamentos, bolsas de estudo e apoios na Função Pública também são abrangidos pelo novo diploma. Pelo menos 1,3 milhões de pensionistas que recebem apoios do Estado na comparticipação de medicamentos e que estão isentos das taxas moderadoras estão em risco de perder estas ajudas a partir de 1 de Agosto, quando entrar em vigor a lei que aperta o acesso aos apoios sociais. Questionado pelo Diário Económico, o Ministério do Trabalho não revela o total de pessoas que serão afectadas pelos cortes ou reduções dos apoios sociais salientando apenas que existem 1,7 milhões de beneficiários de apoios por encargos familiares, rendimento mínimo e subsídios sociais de desemprego e parentalidade. O acesso a estas prestações passa agora a depender de regras mais rígidas ao nível dos rendimentos e das características do agregado mas o decreto-lei não se fica por aqui. Igualmente abrangidas estão as comparticipações de medicamentos e pagamento de taxas moderadoras quando estas ajudas dependem do nível de nível de recursos. A medida irá assim afectar os pensionistas com reformas mais baixas mas cujo agregado conta com outros rendimentos e que estão isentos de taxas moderadoras.
Segundo os últimos dados do Ministério da Saúde, referentes a 2006, mais de 1,3 milhões de pensionistas que recebiam uma reforma inferior ao salário mínimo estavam isentos de taxas moderadoras. E 1,37 milhões de pensionistas estavam abrangidos pelo regime especial de comparticipação de medicamentos. Também na Educação estão previstos cortes nos apoios sociais no âmbito da acção social escolar e no ensino superior público. Em risco poderão estar os cerca de 75 mil alunos universitários com baixos rendimentos que recebem bolsas de estudo suportadas pelo Estado. E a Função Pública também não fica de fora, podendo ser afectados os cerca de 16 mil apoios sociais e subsídios atribuídos actualmente.
ALGUNS COMENTÁRIOS:
1.- Que belo incentivo à poupança...é triste ver uma medida destas...O problema do país está nos gastos do estado e não na receita. Mas diminuir despesa é mais difícil, falta de coragem…
Depois andamos anos a viver para além do que podíamos, mas claro, em Portugal só se toma medidas quando tem mesmo que ser. O país é como uma família ou empresa, se não se tomar medidas para conter despesas e guardar algum dinheiro no tempo das vacas gordas…quando já estiverem magras já não há nada a fazer...Depois tomam-se medidas de urgência, com o objectivo de o barco não ir ao fundo, sem pensar no resto da viagem.
2.- velhos preparai-vos para a morte ...Boys do PS e PSD vós sim tendes o direito de não descontar para a crise, vos sois filhos de outra mãe, filhos da corrupção e da mentira, irmãos das sanguessugas e soldados de todos os Pinóquios deste pais!
3.- Lembremo-nos dos erros que foram cometidos ao longo de muitos anos e chegamos á conclusão de que isto não podia continuar assim, quando se pagava para abater a nossa frota pesqueira, quando se desencentivou a nossa agricultura porque o país não era arável, levando muita gente a sair para essas empresas multinacionais que agora saíram do país. Temo é que com estas medidas vão sofrer os mais fracos como sendo os idosos, os acamados, as crianças cujos pais sofrem o desemprego, enfim vítimas de medidas de uma Europa rica e que se dizia unida.

quinta-feira, junho 17, 2010

VAMOS VER-NOS GREGOS??????


Vejam o que as TV´s não mostram...

Devagar, devagarinho, estão-nos a fazer o cerco. A UE está ao serviço dos mesmos do costume, desafio-vos a ver e a reflectir nesta intervenção feita no Parlamento Europeu por um eurodeputado francês. As televisões reféns do sistema, calam estas intervenções onde são denunciadas as canalhices feitas pelas maiorias ao serviço dos governos europeus. Foi mais um discurso para surdos... Vamos ver-nos gregos?

http://www.youtube.com/watch?v=wg5SU_bDNsA&annotation_id=annotation_928343&feature=iv

Vejam o que as nossas TV's não mostram...e os nossos governantes escondem porque são cúmplices em Portugal de actos similares à Grécia. Vejam este filme e compreenderão porque o povo grego se levantou. É uma vergonha o que se está a passar na Grécia e poderão acontecer noutros países da UE como Portugal se deixar continuar a mesma política de beneficiar sempre os mesmos. E a pergunta incómoda é: e se nos limitássemos à informação veiculada pela quase totalidade dos nossos jornais e canais de TV alguém conheceria a vergonha aqui denunciada na Internet?

quarta-feira, junho 16, 2010

PORTUGAL...EX!


TRAPALHADA FISCAL
O problema destes cavalheiros (que desgraçadamente nos desgovernam) é que já nem sabem orquestrar, entre eles, as posições públicas.
O que se passou no caso do aumento dos impostos é, a todos os títulos, revelador da confusão legal (e mental?) desta camarilha no poder; parece que nem sabem os mais básicos princípios constitucionais da fiscalidade. Por isso, avançam primeiro com uma Tabela de Retenções de IRS de acordo com uma Lei ainda não apresentada nem discutida no Parlamento. Qualquer caloiro de Direito Fiscal sabe isto. O governo já se deve ter esquecido.
PORTUGAL, PAÍS SEGURO?
O padre de Montalegre e o Presidente da Câmara Municipal do Cartaxo são indivíduos pitorescos num Mundo contraditório.
Tenho dificuldade em encará-los como meros casos de polícia. O fenómeno da detenção ilegal de armas por estas pessoas, transcende essa análise.
É possível que tenham genuinamente medo. Sim, medo de um ambiente em que não se conseguem situar e pensam que a detenção de uma arma lhes dá a tranquilidade que não encontram noutros contextos sociais.

FMI, SEM FMI
Parece que o Governo, tomado de pânico pelas oscilações erráticas dos mercados, numa co-decisão “Blitz” com o governo Zapatero, pretendeu tranquilizar os parceiros e investidores (leia-se “predadores”) financeiros, para não exagerarem nos juros da dívida pública. Não só não o vão conseguir, como vai agravar a tendência recessiva da nossa economia, com as medidas de “austeridade” aprovadas, resultantes de um assustador autismo e de uma festiva irresponsabilidade em ano eleitoral, bem como de duas décadas de políticas financeiras e económicas delirantes, em que os ministros da Economia e Finanças – os mesmos que foram aconselhar (?) o Presidente da República, outro ministro das ex-Finanças!? – não perceberam o essencial: que a liberalização do comércio mundial e o fim das barreiras alfandegárias, e a aquisição da dívida pública, tornariam o Mundo refém da China. O cenário de ontem, é hoje uma realidade. O Governo ainda não terá atingido esse patamar de constatação; talvez há um ano – como disse Campos e Cunha – já fosse demasiado tarde. O doente vai provavelmente “morrer da cura”.
Sim, acho que as medidas de “austeridade” tomadas, não seriam exigidas pelo FMI. Foram um impulso, tardio, inoportuno, inadequado e irreflectido. Vamos pagá-la muito caro.
E este é o mesmo Governo que agora apregoa a necessidade do “contributo de todos” num esforço patriótico, quando antes detinha as verdades absolutas, alienando a massa crítica da população que poderia, num outro projecto de poder, ter sido conquistada e protagonizar mudanças efectivas e reformar o que precisava de ser reformado.
Não só as “reformas” foram um logro (Educação, PRACE, Justiça, Saúde, Emprego, Ensino Superior, SIADAP, Administração Pública, Fiscalidade, etc…), como arriscaria dizer que tudo está pior do que em 2004. Desgradaçamente!

EDUCAÇÃOZINHA, NO PAÍS DAS MARAVILHAS


ESTAMOS A CRIAR “ ALUNOS QUE NÃO SABEM LER, NEM ESCREVER “

Publicado em 16 de Junho de 2010, no SAPO.PT
--- “ Maria do Carmo Vieira quer dar uma “reguada” ao sistema de ensino português: através da Fundação Manuel dos Santos (presidida pelo sociólogo António Barreto), lançou esta semana o ensaio 'O ensino do Português'.
Sem pudor, a professora de Língua Portuguesa - já com 34 anos de experiência - dirige duras críticas ao baixo nível de exigência do actual sistema de ensino, aos professores, aos sucessivos Governos, às escolas. No dia em que arranca a primeira fase dos exames nacionais do ensino secundário, o SAPO foi ouvi-la.
P:- O ensaio “O ensino do Português” vem apontar o que está mal na educação em Portugal. O seu objectivo era dar uma “reguada” no sistema educativo?
R:- A escola não pode permanecer tal como está, porque já bateu fundo – e não só em relação ao ensino do português, mas em várias outras matérias. Estamos a ensinar na base daquilo que é fácil, do que não exige esforço, nem trabalho. Estamos a fomentar gerações e gerações de alunos que não pensam, nem sequer sabem falar ou escrever. Ao tornar a facilidade da escola comum para todos, um aluno que venha de um contexto familiar rico, do ponto de vista cultural, não vai ficar prejudicado, porque os pais hão-de ter sempre dinheiro para ele ir para explicadores ou para ir para boas escolas. Já aqueles que vêm de espaços mais fragilizados socialmente, esses sim é que vão ser torturados e explorados pela sociedade.
P:- Hoje, arrancam os exames nacionais. Também eles são um exemplo desse facilitismo?
R:- Sem dúvida. Não é preciso estudar para um exame. Basta ir com um pouco de sorte e, como aquilo tem muitas cruzes, às vezes é quase 1x2. Estes exames são áridos. Um aluno qualquer que vá fazer aquilo, está a fazer aquilo porque é obrigado a fazer.
P:- E, portanto, não surtem resultados do ponto de vista da aprendizagem?
R:- Tal como estão, creio que não.
P:- Também os programas escolares actuais partilham do mesmo problema?
R:- Os programas são feitos à base da mediocridade. Não têm um fio condutor, não têm um objectivo primeiro. É tudo solto. As coisas estão soltas, e sei isso pela disciplina de Português, que lecciono. No ensino da Literatura, não há uma contextualização do autor. Quando um professor pede a um aluno para estudar a contextualização, encaminha-o para a Internet, quando deve ser o professor a exprimir isso. Se assim não for, o professor não serve para nada.
P:- E, portanto, há um esvaziamento das funções do professor?
R:- Sem dúvida. Esse esvaziamento não atinge apenas os conteúdos, mas também os próprios professores. É quase como nos desertificarem daquilo que nós somos, daquilo que nós temos para dar aos nossos alunos, do nosso estudo, da nossa dignidade enquanto professores.
P:- Nesse caso, quais são os caminhos alternativos onde se deve apostar?
R:- A competência científica de um professor tem que ser novamente privilegiada. Neste momento, não é. É mais prejudicial um aluno ter o professor “bom camarada”, mas que não sabe nada e que nada sabe transmitir, do que ter um professor que talvez não seja muito bom pedagogo, mas que tem muita competência científica. É preciso também insistir na formação dos professores: não sabem escrever, não sabem pensar. Gostam, não daquilo que é artístico, mas daquilo que é bonito… Fazem das crianças estúpidas e intuem aquilo que as crianças não são. Qualquer criança responde à exigência, se vir que o seu professor também a estimula.
P:- Tendo em conta tudo o que disse: os pais podem ou não confiar na educação que o sistema hoje dá aos seus filhos?
R:- Não podem. E nem os pais não podem ficar descansados. O que este Ministério tem feito, e isso é muito nocivo, é libertar os pais das suas preocupações com os filhos. Parece que tudo fica entregue à escola… Mas os pais são muito importantes no acompanhamento do estudo dos seus filhos. Não é correcto que um aluno passe para a quarta classe sem saber ler, nem escrever. Os pais têm que acompanhar isso, têm que ver que alguma coisa não está a ser bem feita. Os pais têm de se voltar a interessar.
P:- Defende que as más práticas no sistema educativo já se arrastam desde 2003. Aponta o dedo a algum Governo em particular?
R:- Fui professora a partir de 74/75 e o que se reparava é que, na década de 80, estas teorias já estavam em voga. Se os alunos atingissem os objectivos mínimos, podiam passar – e os objectivos mínimos eram nada. Os alunos foram passando sem saber nada. Este miserabilismo começou nessa altura e agora acentuou-se. Acentuou-se em 2003/2004 com a implementação desta nova reforma. Desde aí, tem sido uma “guerra”...
P:- De que resultam estas más opções em matéria de política educativa?
R:- É evidente que neste momento se trabalha para as estatísticas. Houve o desejo de impor uma série de teorias de pedagogia que são perfeitamente caducas. É contra essas teorias que são defensoras da apologia do presente, dos programas televisivos, da subestimação da literatura que eu me pronuncio, porque não condizem com os interesses dos alunos. E as grandes vítimas de tudo isto são os alunos, enquanto o Ministério está a desrespeitar a sua função de Ministério.
P:- Por isso, defende no seu livro que algumas práticas educativas tradicionais deveriam ser retomadas?
R:- Por exemplo, quando se diz que não se deve memorizar, está a pôr-se em causa uma capacidade incrível das crianças que é a memória e a tabuada é para memorizar. Por isso mesmo, é que eu tenho alunos de 12.º ano que às vezes nem sabem quanto é 9x3. Há alunos que não me sabem conjugar os verbos: só me dizem presente, passado e futuro. E isso é porque não se estuda a gramática desde o início.
P:- Diz que a falta de paz no sistema educativo contribuiu para a degradação da sua qualidade. Ainda assim, pede aos professores que desobedeçam às actuais directivas. Em que ficamos?
R:- Esta ‘guerra’ foi suscitada pela imposição de tanta novidade. Era o novo só pelo novo e os professores nunca foram convidados a intervir. Só uma facção – aquela que era a favor destas novas teorias. O que eu peço no meu livro é que é preciso desobedecer a isto: não posso obedecer a quem me vem dizer que eu tenho de ser compreensiva com os erros ortográficos. A paz é um bem essencial para se ensinar, mas se obedecermos a tudo isto, estamos a abandalhar a nossa profissão e isto não é correcto, nem connosco, nem com os próprios alunos. Há momentos em que é forçoso desobedecer, nem que nos ameacem. A mim ameaçaram-me várias vezes…
P:- Quem a ameaçou? Pais?
R:- Não. (silêncio)
P:- O sistema?
R:- O sistema, precisamente.
P:- Mais recentemente, criticou também o programa Novas Oportunidades, pelo facilitismo com que atribuiu competências…
R:- Trata-se de uma fraude e de uma falta de respeito para com as pessoas que acreditaram no programa, Conheço inúmeros alunos que pensavam que voltavam à escola para aprender e aperceberam-se de que não iam aprender nada. Não se faz o 7.º, 8.º e 9.º em três meses, não se faz o 10.º, 11.º e 12.º ano em seis meses. Isto não tem qualquer equivalência, porque se esses alunos fossem questionados, não sobre as matérias até do 10.º,11.º e 12.º, mas sobre qualquer coisa minimamente inteligente, estavam a zero. Eles são a personificação da ignorância, mas uma ignorância que é fomentada pelo próprio sistema e, por isso mesmo, eu digo: é preciso desobedecer a isto.

segunda-feira, junho 14, 2010

Tal como a canção... "Hoje, ontem e amanhãããã..."


José Régio e o seu burro’ – por Hermínio Felizardo

Soneto quase inédito

Surge Janeiro frio e pardacento,
Descem da serra os lobos ao povoado;
Assentam-se os fantoches em São Bento
E o Decreto da fome é publicado.

Edita-se a novela do Orçamento;
Cresce a miséria ao povo amordaçado;
Mas os biltres do novo parlamento
Usufruem seis contos de ordenado.

E enquanto à fome o povo se estiola,
Certo santo pupilo de Loyola,
Mistura de judeu e de vilão,

Também faz o pequeno "sacrifício"
De trinta contos - só! - por seu ofício
Receber, a bem dele... e da nação.


JOSÉ RÉGIO Soneto escrito em 1969, no dia de uma reunião de antigos alunos.
Tão actual em 1969, como hoje...
E depois ainda dizem que a tradição já não é o que era!!!

CONTRA-MÃO



Por Joaquim Letria, 4 de Maio de 2010

---“ SÓCRATES parece-se com aqueles velhinhos que se metem pelas auto-estradas em contra-mão, com o Teixeira dos Santos no lugar do morto, a gritarem que os outros é que vêm ao contrário.
De rabo entre as pernas, fartinhos de saberem que estavam errados, não conseguem agora disfarçar o mal que nos fizeram. Ainda estão a despedir-se, agradecidos, do Constâncio, e já deram a mão a Passos Coelho, que lhes jura que conhece uma saída perto e sem portagem.
Estamos bem entregues! Vão-nos servindo a sopa do Sidónio, à custa dos milhões que ainda recebem da Europa, andam pelo mundo fora sem vergonha, de mão estendida, a mendigar e a rapar tachos, tratados pelos credores como caloteiros perigosos e mentirosos de má-fé.
Quando Guterres chegou ao Governo, a dívida pouco passava dos 10% do PIB. 15 anos de Guterres, Barroso, Sócrates e de muitos negócios duvidosos puseram-nos a dever 120% do PIB.
Esta tropa fandanga deu com os burrinhos na água, não serve para nada e o Estado do próprio regime se encarrega de o demonstrar. Falharam todas as apostas essenciais. Todos os dias se mostram incapazes. Mas com o Guterres nos refugiados, o Sampaio nos tuberculosos e na Fundação Figo, o Constâncio no Banco Central e o Barroso em Bruxelas, a gente foge para onde?! ---“

EXCEPCIONAL!....

Não percam este maravilhoso espectáculo de arte. Admirem a qualidade excepcional desta jovem.
http://www.youtube.com/watch_popup?v=vOhf3OvRXKg

domingo, junho 13, 2010

SLOGAN PARA O MF


O DINHEIRO NÃO É TUDO... Pode-se comprar:
Uma casa - mão não o Sono; Um relógio - mas não o Tempo; Um livro - mas não o Conhecimento; Uma posição - mas não o Respeito; Um medicamento - mas não a Vida; O sexo - mas não o Amor.
Portanto, caro cidadão, está a ver, o dinheiro não é tudo e muitas vezes até provoca DOR e SOFRIMENTO.
Estamos a dizer-lhe isto porque somos amigos do Cidadão sofredor e queremos livrálo do sofrimento.
Por isso, DÊ-NOS O SEU DINHEIRO E NÓS SOFREREMOS POR SI!
MF

POR FAVOR DIVULGUEM ESTE PEDIDO!


Professores Ano Lectivo 2010/2011 - Todos os grupos disciplinares para São Tomé e Príncipe
SE CONHECEREM ALGUÉM DENTRO DA ÁREA QUE PRECISE DE EMPREGO DIVULGUEM. Porque nunca se sabe quem pode estar interessado! Aqui vai!
Olá a todos... Eu sou o Pedro Nazaré... fui Leigo para o Desenvolvimento em São Tomé e Príncipe em 2003/2004, actualmente
estou ao serviço do IDF em São Tomé não como professor mas nos serviços de administração. Escrevo vos a informar de que estamos a "tentar" recrutar professores para todos os grupos disciplinares... quem sabe... se... não conhecem alguém que possa estar interessado em dar aulas numa escola com paralelismo pedagógico ao currículo português -(do 5º ano ao 12º ano lectivo - agrupamento de estudos cientifico humanísticos - Ciências e Tecnologias / Línguas e Humanidades e novidade para o ano lectivo 2010/2011 Artes Visuais), Pontos fortes da nossa escola - apenas 350 alunos, duas turmas em cada ano lectivo, escola bonita situada no campo de milho próximo da linha imaginária do equador (a cerca de 60km)... situada ainda entre as duas baías mais bonitas do continente Africano (ou talvez não) a Baía Ana Chaves e a Baía da Praia Lagarto - Praia Emília - praia francesa - aeroporto e o deslumbrante ilhéu das cabras... serão de certeza argumentos muito fortes para desafiar os espíritos mais inquietos...
Se puderem ajudar a divulgar ficaríamos muito agradecidos...Os contactos para envio de currículos e pedido de informações:
e-mail: idf.stp@gmail.com e idf.director@gmail.com .
Telefone: 00239.2221194; Fax: 00239.2221194

sábado, junho 12, 2010

POETA CANTADOR II


POEMAS ESCRITOS E CANTADOS POR SEBASTIÃO ANTUNES

SE AINDA DER PARA DISFARÇAR

Quantas voltas tem a dança em tantas voltas contadas
Um segredo de criança escondido em mil gargalhadas
Tantas mãos que foram dadas na ternura de um abraço
Quantas vontades caladas na volta meiga de um passo

Quantas horas de viagem na alegria de te ver
Quanta falta de coragem tanta coisa por dizer
E acabamos a esconder vá-se lá saber porquê
Nestas coisas do querer os sinais são para quem os lê

DÁ-ME UMA DANÇA, FAZ-ME ACREDITAR
UMA LEMBRANÇA P’RA EU LEVAR
QUE EU TENHO SEMPRE VONTADE DE VOLTAR E TE DIZER
SE AINDA DER P’RA DISFARÇAR
ENSINA-ME A DANÇAR

Faz de conta que o poente acontece a qualquer hora
Quando a noite se faz quente e um beijo se demora
Já o frio se foi embora ao tocar da tua mão
Que há-de ser de nós? Agora faz sentido, sim ou não?

DÁ-ME UMA DANÇA, FAZ-ME ACREDITAR
UMA LEMBRANÇA P’RA EU LEVAR
QUE EU TENHO SEMPRE VONTADE DE VOLTAR E TE DIZER
SE AINDA DER P’RA DISFARÇAR
ENSINA-ME A DANÇAR

É a valsa do começo. É a vida a esvoaçar
É a pele a soltar um arrepio
É uma cor que eu não conheço, um sabor a acreditar
Uma praia cor de um desafio

DÁ-ME UMA DANÇA, FAZ-ME ACREDITAR
UMA LEMBRANÇA P’RA EU LEVAR
QUE EU TENHO SEMPRE VONTADE DE VOLTAR E TE DIZER
SE AINDA DER P’RA DISFARÇAR
ENSINA-ME A DANÇAR

Originalidades


Publicado por Gabriel Silva em 08-06-2010, em “Blasfémias.net”
---“ Quase todos os países europeus tem vindo a anunciar medidas para diminuir os seus astronómicos deficits públicos. Sem excepção, as medidas incidem na diminuição da despesa pública, nalguns casos de forma muito acentuada. Um país há que destoa dessa tendência: Portugal. Foi o único governo que centrou a acção na via do aumento da receita mediante um aumento de impostos. É certo que o antigo partido líder da oposição e actual parceiro de governo vendeu a ideia aos seus militantes, de que convencera o governo a fazer esforço de diminuição da despesa. Mas na verdade, para além de alguma desorçamentação, o resto são piedosas intenções de difícil medição. Ninguém se espante portanto que demais parceiros europeus venham exigir reais cortes (e quanto mais tarde, mais profundos serão) e uma redução efectiva da despesa. E não simplesmente espremer continuamente o contribuinte. É que as garantias prometidas tem o seu preço, e nenhum estará disposto a suportá-las sem esforço de quem delas beneficia. ---“
ALGUNS COMENTÁRIOS SOBRE A NOTÍCIA:
“ O Governo, na sua já que mais proverbial incompetência, pensa que a economia é movida a impostos. Ora os impostos devem derivar da economia e não ao contrário. Foi com essa mentalidade de terrorismo fiscal e expropriação fiscal que o Governo destrui a Economia Portuguesa, e principalmente desmobilizou os portugueses que queriam trabalhar, produzir e irem mais longe. Trabalhar e produzir, para o Governo, é coisa feia que deve ser tributada…”
“ O nosso líder da oposição não nos dá um mínimo de garantia de que será uma alternativa credível. Este acordo negociado por Nogueira Leite é incompreensível. Só vemos aumento da receita por via dos impostos e nada de diminuição da despesa. Faço, no entanto, notar que se por um lado, a diminuição de despesa é vital para a recuperação da economia, ele só será real se, no entretanto, se começar a criar riqueza. E, com o desprezo manifesto pelo trabalho manual, que é notório e visível na nossa sociedade, não se augura nada de positivo no futuro. Porque só com cortes na despesa ou pior ainda com aumento dos impostos, nada de positivo se constrói. “
“Esta observação é pertinente. Só que neste país o mandarinato trafulha não quer abdicar um milímetro das mordomias. Cortar nas despesas e moralizar gastos não está no mapa genético destas elites que, desde há séculos, cavalgam sobre este povo. Infelizmente o máximo que esta gente conheceu foi uma ameaça pateta de ir parar ao Campo Pequeno. O povo é sereno, já dizia o outro. E nisso reside toda a tragédia dos portugueses, que preferem emigrar (cinco milhões vivem lá fora) a escacar de vez com estes parasitas. “
“ Para lembrar a História do Socialismo e da Social-Democracia: IVA: 15%, 17%, 19%, 21% e só estou a falar do IVA. E depois de tal desastre 20% do que o Estado gasta vem da dívida, de dinheiro pedido emprestado. “
“ Os portugueses continuam a ser enganados e roubados. Quem for jovem, o melhor que faz é sair daqui para fora. Se ficar aqui vai continuar a trabalhar para o Estado, e no fim vai perder todo o seu património, através de penhoras e execuções fiscais e da segurança social. Quem produz e cria riqueza em Portugal é já considerado um perigoso delinquente! “
“ A questão não é económica, é política. Portugal será obrigado a fazer os cortes, não há dúvida. Ou alguém acha que os bancos continuarão a financiar o país ternamente? O ponto é que a “escumalha” internacional-socialista não fará nada para que sejamos obrigados a fazer a partir de ordens de Bruxelas, entregando ainda mais a nossa soberania. Quem sabe se entregue de vez a ZEE como “garantia”… Portugal será reduzido de província de Bruxelas para protectorado, e no fim desaparecerá com a regionalização, tão querida de Bruxelas. O melhor é que, ao fim disso tudo, “estes paus mandados das corporações” (BE e PCP não escapam) poderão dizer à populaça dependente (onde se inclui a maioria da função pública) que não queriam os “cortes”, mas foram obrigados. O país está prestes a desaparecer e a culpa se estende ao PS, ao PSD, ao BE e ao BCP, enfim, à toda a esquerda, dividida, para usar termos simples, entre europeístas (PS/PSD) e moscovitas (BE/PCP). E por favor, senhores blasfemos, deixem de chamar o Partido “Social Democrata” de oposição. O que existe entre PS e PSD é uma disputa de cargos entre duas alas de uma mesma facção! “
“ Os governos europeus andam desorientados, mais impostos, menos apoios sociais; a crise deve ser paga por quem a criou e que se saiba não foram os trabalhadores que arrasaram o sistema financeiro. entretanto a Alemanha, país com “superavit”, defende agora a restrição do seu próprio mercado interno, ou seja, quem depende da saúde económica da GER – a maioria da Europa – fica ainda mais deprimida.
Parecem baratas tontas estes governos europeus…a mudar de estratégia todos os 15 dias! “
PRONTO JÁ CHEGA DE BATER NOS CÉGUINHOS!

sexta-feira, junho 11, 2010

DEMOCRACIA, ISTO?

Não devo ter sonhado. Será que o meu cérebro já deu o p.... mestre e já me permite ouvir vozes estranhas?
A ADMINISTRAÇÃO DA CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS, uma das beneficiadas instituições com capitais nossos, permitiu-se dirigir aos seus funcionários um brilhantissimo aviso:
QUEM FIZER GREVE NÃO SERÁ CONTEMPLADO COM O AUMENTO DE VENCIMENTO.
Será possível? Salazar não se teria lembrado de melhor solução. Mas afinal isto é alguma democracia ou democrácia ditaturial? Senhor Primeiro-Ministro, Senhor Presidente da República, Senhor Presidente da Assembleia da República, Senhor Presidente da República das Bananas, por especial favor, puxe as orelhas a todos os Senhores ADMINISTRADORES DA C.G.D. Depois disso acontecer, p.f. DEMITAM-SE ou então devolva durante um ano 30% dos vossos chorudos ordenados, subvenções e o que mais adiante se verá, em prol do Fundo Social que nos poderá permitir suportar tanta "roubalheira" que nos tem deixado ficar nesta triste situação.

POETA CANTADOR I


POEMAS ESCRITOS E CANTADOS POR SEBASTIÃO ANTUNES

ESQUINA

Pelas esquinas mal amadas
De uma terra sem destino
Dançam mágoas enganadas
No vaivém de um figurino

Pé-de-meia, pede ajuda
Pede um beijo a quem lá passa
Quando a dor se torna aguda
Não se vê o fundo à taça

Amor não há quem o faça nem p’lo fruto proibido
O mundo anda distraído a esperar

LÁ VAI UMA, LÁ VÃO DUAS, NUMA ESQUINA A ACREDITAR
UMA TEM O AMOR PRESO, OUTRA NÃO SE QUER LEMBRAR
LÁ VAI UMA, LÁ VÃO DUAS, MÃOS DE FADA A ACENAR
NÃO SÃO MINHAS, NÃO SÃO TUAS, NEM DE QUEM AS APANHAR

Vão na barca das lembranças
Na ribeira da saudade
Já trocaram ondas mansas
P’lo sabor da tempestade

Erva-doce, erva daninha
Mão amiga a quem a estende
Só a lua se avizinha
Já que ninguém mais entende

E a ternura não as prende, nem traz sono mal dormido
O mundo anda meio perdido a esperar

LÁ VAI UMA, LÁ VÃO DUAS, NUMA ESQUINA A ACREDITAR
UMA TEM O AMOR PRESO, OUTRA NÃO SE QUER LEMBRAR
LÁ VAI UMA, LÁ VÃO DUAS, MÃOS DE FADA A ACENAR
NÃO SÃO MINHAS, NÃO SÃO TUAS, NEM DE QUEM AS APANHAR

quinta-feira, junho 10, 2010

QUALIDADE DE VIDA DO RENDIMENTO MINIMO


Qualidade de vida é receber 800 € mensais (ou mais) para não fazer
nada.
Qualidade de vida é levantar á hora que se quer porque os outros
trabalham para ele.
Qualidade de vida, é ter como única preocupação escolher a
pastelaria onde vai tomar o pequeno-almoço e fumar as suas
cigarradas, pagos com os impostos dos outros.
Qualidade de vida é ter uma casa paga pelos impostos dos outros,
cuja manutenção é paga pelos impostos dos outros, é não ter
preocupações com o condomínio, com o IMI, com SPREAD´S, com
taxas de juro, com declaração de IRS.
Qualidade de vida é ter tempo para levar os filhos á escola, é ter
tempo para ir buscar os filhos á escola, é poder (não significa
querer) ter todo o tempo do mundo para acarinhar, apoiar, educar e
estar na companhia dos seus filhos.
Qualidade de vida é não correr o risco de chegar a casa irritado,
porque o dia de trabalho não correu muito bem e por isso não ter a
paciência necessária para apoiar os filhos nos trabalhos da escola.
Qualidade de vida é não ter que pagar 250€ de mensalidade de
infantário, porque mais uma vez é pago pelos impostos dos outros.
Qualidade de vida, é ainda receber gratuitamente e pago com os
impostos dos que trabalham o computador Magalhães que de
seguida vai vender na feira de Custóias, é receber gratuitamente
todo o material didáctico necessário para o ano escolar dos seus
filhos, e ainda achar que é pouco.
Qualidade de vida é ter as ditas instituições de solidariedade social,
que se preocupam em angariar alimentos doados pelos que pagam
impostos, para lhos levar a casa, porque, qualidade de vida é
também nem se quer se dar ao trabalho de os ir buscar.
Qualidade de vida é não ter preocupação nenhuma excepto, saber o
dia em que chega o carteiro com o cheque do rendimento mínimo.
Qualidade de vida é poder sentar no sofá sempre que lhe apetece e
dizer “ TRABALHAI OTÁRIOS QUE EU PRECISO DE SER SUSTENTADO”.
Qualidade de vida é não ter despesas quase nenhumas, e por isso
ter mais dinheiro disponível durante o mês, do que os tais OTÀRIOS
que trabalham para ele.
Qualidade de vida é ainda ter tempo disponível para GAMAR uns
auto-rádios, GAMAR uns carritos e ALIVIAR umas residências desses
OTÀRIOS que estão ocupados a trabalhar OU ASSALTAR uma
ourivesaria.
Qualidade de vida é ter tudo isto, e ainda ter uma CAMBADA DE
HIPÓCRITAS a defende-lo todos os dias nos tribunais, na televisão,
nos jornais.
Isto sim, isto é qualidade de vida.
Ass: UM OTÁRIO

ENFIN, CÉST LA MÊME MERDE!


É TUDO IGUAL TANTO LÁ COMO CÁ ! ENFIN, CÉST LA MÊME MERDE!
Escândalo na EU. (foi traduzido de um original em francês, recebido por e-mail)
Leia o que segue, pense bem e converse com os amigos. Envie isto para os europeus que conheça! Simplesmente, escandaloso. Foi aprovada a aposentadoria aos 50 anos com 9.000 euros por mês para os funcionários da EU!. Este ano, 340 agentes partem para a reforma antecipada aos 50 anos com uma pensão de 9.000 euros por mês. Sim, você leu correctamente!
Para facilitar a integração de novos funcionários dos novos Estados-Membros da UE (Polónia, Malta, países da Europa Oriental...), os funcionários dos países membros antigos (Bélgica, França, Alemanha...) receberão da Europa uma prenda de ouro para se aposentar. Porquê e quem paga isto? Você e eu estamos a trabalhar ou trabalhámos para uma pensão de miséria, enquanto que aqueles que votam as leis se atribuem presentes de ouro. A diferença tornou-se muito grande entre o povo e os "Deuses do Olimpo!". Devemos reagir por todos os meios começando por divulgar esta mensagem para todos os europeus. É uma verdadeira Máfia a destes Altos Funcionários da União Europeia ...Os tecnocratas europeus usufruem de verdadeiras reformas de nababos ... Mesmo os deputados nacionais que, no entanto, beneficiam do "Rolls" dos regimes especiais, não recebem um terço daquilo que eles embolsam.
Vejamos! Giovanni Buttarelli, que ocupa o cargo de Supervisor Adjunto da Protecção de Dados, adquire depois de apenas 1 ano e 11 meses de serviço (em Novembro 2010), uma reforma de 1 515 € / mês. O equivalente daquilo que recebe em média, um assalariado francês do sector privado após uma carreira completa (40 anos) … O seu colega, Peter Hustinx, acaba de ver o seu contrato de cinco anos renovado. Após 10 anos, ele terá direito a cerca de € 9 000 de pensão por mês. É simples, ninguém lhes pede contas e eles decidiram aproveitar ao máximo. É como se para a sua reforma, lhes fosse passado um cheque em branco. Além disso, muitos outros tecnocratas gozam desse privilégio:
1. Roger Grass, Secretário do Tribunal Europeu de Justiça, receberá € 12 500 por mês de pensão; 2. Pernilla Lindh, o juiz do Tribunal de Primeira Instância, € 12 900 por mês; 3. Damaso Ruiz-Jarabo Colomer, advogado-geral, 14 000 € / mês;
Consulte a lista em:
http://www.kdo-mailing.com/redirect.asp?numlien=1276&numnews=1356&numabonne=62286.
Para eles, é o jackpot. No cargo desde meados dos anos 1990, têm a certeza de validar uma carreira completa e, portanto, de obter o máximo: 70% do último salário. É difícil de acreditar ... Não só as suas pensões atingem os limites, mas basta-lhes apenas 15 anos e meio para validar uma carreira completa, enquanto para você, como para mim, é preciso matar-se com trabalho durante 40 anos, e em breve 41 anos.
Confrontados com o colapso dos nossos sistemas de pensões, os tecnocratas de Bruxelas recomendam o alongamento das carreiras: 37,5 anos, 40 anos, 41 anos (em 2012), 42 anos (em 2020), etc. Mas para eles, não há problema, a taxa plena é 15,5 anos… De quem estamos falando?
Originalmente, estas reformas de nababos eram reservadas para os membros da Comissão Europeia e, ao longo dos anos, têm também sido concedida a outros funcionários. Agora eles já são um exército inteiro a beneficiar delas:: juízes, magistrados, secretários, supervisores, mediadores, etc.
Mas o pior ainda, neste caso, é que eles nem sequer descontam para a sua grande reforma. Nem um cêntimo de euro, tudo é à custa do contribuinte ...
Nós, contribuímos toda a nossa vida e, ao menor atraso no pagamento, é a sanção: avisos, multas, etc.
Sem a mínima piedade. Eles, isentaram-se totalmente disso. Parece que se está a delirar!
Esteja ciente, que até mesmo os juízes do Tribunal de Contas Europeu que, portanto, é suposto « verificarem se as despesas da UE são legais, feitas pelo menor custo e para o fim a que são destinadas », beneficiam do sistema e não pagam as quotas.
E que dizer de todos os tecnocratas que não perdem nenhuma oportunidade de armarem em «gendarmes de Bruxelas» e continuam a dar lições de ortodoxia fiscal, quando têm ambas as mãos, até os cotovelos, no pote da compota?
Numa altura em que o futuro das nossas pensões está seriamente comprometido pela violência da crise económica e da brutalidade do choque demográfico, os funcionários europeus beneficiam, à nossa custa, da pensão de 12 500 a 14 000 € / mês após somente 15 anos de carreira, mesmo sem pagarem quotizações... É uma pura provocação!
O meu objectivo é alertar todos os cidadãos dos Estados-Membros da União Europeia. Juntos, podemos criar uma verdadeira onda de pressão.
Não há dúvida de que os tecnocratas europeus continuam a gozar à nossa custa e com total impunidade, essas pensões. Nós temos que levá-los a colocar os pés na terra.
«Sauvegarde Retraites» realizou um estudo rigoroso e muito documentado que prova por "A + B" a dimensão do escândalo. Já foi aproveitado pelos mídia.
http://www.lepoint.fr/actualites-economie/2009-05-19/revelations-les-retraites-en-or-des-hauts-fonctionnaires-europeens/916/0/344867
Divulgue e distribua amplamente

A MAIOR LAVANDARIA DE DINHEIRO!

A maior lavandaria de dinheiro do mundo ameaça falir e poderá arrastar consigo um país inteiro! União de Bancos Suíços, a coisa está muito feia! Está pegando fogo! Agoniza o segredo bancário suíço.
Artigo de Gilles Lapouge - Paris.
---“ A Suíça tremula. Zurique alarma-se. Os belos bancos, elegantes, silenciosos de Basileia e Berna estão ofegantes. Poderia dizer-se que eles estão assistindo na penumbra a uma morte ou estão velando um moribundo. Esse moribundo, que talvez acabe mesmo morrendo, é o segredo bancário suíço.O ataque veio dos Estados Unidos, em acordo com o presidente Obama. O primeiro tiro de advertência foi dado na quarta-feira. A UBS - União de Bancos Suíços, gigantesca instituição bancária suíça - viu-se obrigada a fornecer os nomes de 250 clientes americanos por ela ajudados para defraudar o fisco. O banco protestou, mas os americanos ameaçaram retirar a sua licença nos Estados Unidos. Os suíços, então, passaram os nomes. E a vida bancária foi retomada, tranquilamente. Mas, no fim da semana, o ataque foi retomado. Desta vez os americanos golpearam forte, exigindo que a UBS forneça o nome dos seus 52.000 clientes titulares de contas ilegais! O banco protestou. A Suíça está temerosa. O partido de extrema-direita, UDC (União Democrática do Centro), que detém um terço das cadeiras no Parlamento Federal, propõe que o segredo bancário seja inscrito e ancorado pela Constituição federal. Mas como resistir! A União de Bancos Suíços não pode perder sua licença nos EUA, pois é nesse país que aufere um terço dos seus benefícios. Um dos pilares da Suíça está sendo sacudido. O segredo bancário suíço não é coisa recente. Esse dogma foi proclamado por uma lei de 1934, embora já existisse desde 1714. No início do século 19, o escritor francês Chateaubriand escreveu que neutros nas grandes revoluções nos Estados que os rodeavam, os suíços enriqueceram à custa da desgraça alheia e fundaram os bancos em cima das calamidades humanas. Acabar com o segredo bancário será uma catástrofe económica. Para Hans Rudolf Merz, presidente da Confederação Helvética, uma falência da União de Bancos Suíços custaria 300 biliões de francos suíços ou 201 milhões de dólares. E não se trata apenas do UBS. Toda a rede bancária do país funciona da mesma maneira. O historiador suíço Jean Ziegler, que há mais de 30 anos denuncia a imoralidade helvética, estima que os banqueiros do país, amparados no segredo bancário, fazem frutificar três triliões de dólares de fortunas privadas estrangeiras, sendo que os activos estrangeiros chamados institucionais, como os fundos de pensão, são nitidamente minoritários. Ziegler acrescenta ainda que se calcula em 27% a parte da Suíça no conjunto dos mercados financeiros "offshore" do mundo, bem à frente de Luxemburgo, Caribe ou o extremo Oriente. Na Suíça, um pequeno país de 8 milhões de habitantes, 107 mil pessoas trabalham em bancos. O manejo do dinheiro na Suíça, diz Ziegler, reveste-se de um carácter sacramental. Guardar, recolher, contar, especular e ocultar o dinheiro, são todos actos que se revestem de uma majestade ontológica, que nenhuma palavra deve macular e realizam-se em silêncio e recolhimento… Onde param as fortunas recolhidas pela Alemanha Nazi? Onde estão as fortunas colossais de ditadores como Mobutu do Zaire, Eduardo dos Santos de Angola, dos Barões da droga Colombiana, Papa-Doc do Haiti, de Mugabe do Zimbabwe e da Mafia Russa? Quantos actuais e ex-governantes, presidentes, ministros, reis e outros instalados no poder, até em cargos mais discretos como Presidentes de Municípios têm chorudas contas na Suiça? Quantas ficam eternamente esquecidas na Suíça, congeladas, e quando os titulares das contas morrem ou caem da cadeira do poder, estas tornam-se impossíveis de alcançar pelos legítimos herdeiros ou pelos países que indevidamente espoliaram? Porquê após a morte de Mobutu, os seus filhos nunca conseguiram entrar na Suíça? Tudo lá ficou para sempre e em segredo...
A agora surge um outro perigo, depois do duro golpe dos americanos. Na minicúpula europeia que se realizou em Berlim, em preparação ao encontro do G-20 em Londres, França, Alemanha e Inglaterra (o que foi inesperado) chegaram a um acordo no sentido de sancionar os paraísos fiscais. "Precisamos de uma lista daqueles que recusam a cooperação internacional", vociferou a chanceler Angela Merkel. No domingo, o encarregado do departamento do Tesouro britânico, Alistair Darling, apelou aos suíços para se ajustarem às leis fiscais e bancárias europeias. Vale observar, contudo, que a Suíça não foi convidada para participar do G-20 de Londres, quando serão debatidas as sanções a serem adoptadas contra os paraísos fiscais. Há muito tempo se deseja o fim do segredo bancário. Mas até agora, em razão da prosperidade económica mundial, todas as tentativas eram abortadas. Hoje, estamos em crise. Viva a crise!!!
Barack Obama, quando era senador, denunciou com perseverança a imoralidade desses remansos de paz para o dinheiro corrompido. Hoje ele é presidente. É preciso acrescentar que os Estados Unidos têm muitos defeitos, mas a fraude fiscal sempre foi considerada um dos crimes mais graves no país. Nos anos 30, os americanos conseguiram laçar Al Capone. Sob que pretexto? - FRAUDE FISCAL!

RADICAL, MAS COM ALGUMA RAZÃO!

Um pouco Radical...mas nada nem ninguém é perfeito.
---“ Esta deveria ser uma regra no mundo todo. Se você quer mudar residência para outro país e se integrar ali. BEM-VINDO, mas se você quer mudar qualquer coisa naquele país em que deseja viver... TCHAU, vá-se embora... ADEUS. ---“
O mundo inteiro precisa de um líder assim! Primeiro Ministro Kevin Rudd - Australia
Foi dito na quarta-feira aos muçulmanos que querem viver debaixo da lei islâmica Sharia para saírem da Austrália, agora que o governo está de mira nos radicais, numa tentativa de desviar ataques terroristas potenciais. Separadamente, Rudd enfureceu alguns muçulmanos australianos na quarta-feira dizendo que ele apoiava agências de espionagem que monitorizam as mesquitas da nação. Citação:
---“IMIGRANTES, E NÃO OS AUSTRALIANOS, TÊM QUE SE ADAPTAR. SE NÃO ACEITAREM, VÃO EMBORA. Estou cansado desta nação que se preocupa sobre se estamos ofendendo algum indivíduo ou a sua cultura. Desde os ataques terroristas em Bali, experimentamos uma onda de patriotismo sobre a maioria dos australianos. Esta nossa cultura foi desenvolvida através de dois séculos de lutas, experiências e vitórias por milhões de homens e mulheres que buscaram liberdade. Falamos principalmente o INGLÊS, não espanhol, libanês, árabe, chinês, japonês, russo ou qualquer outro idioma. Então, se você desejar se tornar parte de nossa sociedade, aprenda o idioma! A maioria dos australianos crê em Deus. Não se trata de um movimento direitista político, mas um fato, porque homens e mulheres cristãos fundaram esta nação em princípios cristãos, e isto está claramente documentado. É certamente apropriado exibir isto nas paredes de nossas escolas. Se Deus o ofender, então sugiro que você considere outra parte do mundo como seu novo lar, porque Deus faz parte de nossa cultura. Aceitaremos suas convicções e não questionaremos o porquê. Tudo que pedimos é que você aceite as nossas, e que viva em harmonia e desfruto pacífico connosco. Este é NOSSO PAÍS, NOSSA TERRA e NOSSO ESTILO DE VIDA e nós lhe permitiremos toda oportunidade para desfrutar tudo isso. Mas uma vez que você acabe de reclamar, lamentar e se queixar sobre Nossa Bandeira, Nosso Penhor, Nossas Convicções Cristãs ou Nosso Modo de Vida, eu recomendo fortemente que você tire proveito de uma outra grande liberdade do australiano, 'O DIREITO de IR EMBORA. Se você não está então contente aqui PARTA. Não o forçamos a vir aqui. Você pediu para estar aqui. Assim aceite o país que VOCÊ aceitou. ---“
Talvez se circularmos isto entre nós, vamos achar coragem para começar a falar e a expressar as mesmas verdades.

sábado, junho 05, 2010

ALERTA IMPORTANTE


Lei 24/2007: Acidentes em auto-estradas
IMPORTANTE: NÃO SABER ESTE PROCEDIMENTO PODERÁ CUSTAR-LHE CENTENAS OU MILHARES DE EUROS. CONHEÇAM BEM ESTA MATÉRIA.
Lei 24/2007: Acidentes em auto-estrada. Como sabem, para quem anda nas Auto-estradas, às vezes aparecem objectos estranhos nas mesmas, como peças largadas por outros veículos, objectos de cargas que se soltam e até animais... coisas que não deveriam acontecer porque as concessionárias são responsáveis pela manutenção. Estas situações provocam acidentes e danos nos nossos veículos, contudo se isto vos acontecer (espero que não) exijam a presença da brigada de trânsito.
Os meninos das auto-estradas vão dizer que não é preciso porque eles tratam de tudo... no entanto e conforme a Lei 24/2007, a qual define os direito dos utentes nas vias rodoviárias classificadas como Auto-Estradas Concessionadas ...(tendo em atenção o Art º 12º nº 1 e 2), vocês só podem reclamar o pagamento dos danos à concessionária se houver participação das autoridades! É uma técnica que as concessionárias estão a utilizar para se livrarem de pagar os danos causados nos veículos. Por isso, se tiverem algum percalço por culpa da concessionária, EXIJAM A PRESENÇA DA AUTORIDADE, não se deixem ir na conversa dos senhores da assistência os quais foram instruídos para dizer “agora somos nós que tratamos disso e não é preciso a autoridade”. Isto é pura mentira! Se não chamarem as autoridades, eles não são obrigados a pagar os danos e este é o objectivo deles!
Façam circular este texto, pois já nos chega pagar valores absurdos pelas portagens quanto mais sermos enganados desta maneira! BOAS VIAGENS!

sexta-feira, junho 04, 2010

RELATOS DE UMA VIDA


RELATOS DE UMA VIDA

Nasci no dia 4 de Agosto de 1941, num rés-do-chão (quintal), no n.º 30 da Rua Vasco da Gama, no Barreiro. Os meus pais foram Elisiário João Cavaco e Estrêla Monteiro Herbon Cavaco, ele, barbeiro, ela doméstica. Conheceram-se, amaram-se e contra a vontade de meu avô, decidiram juntar a trouxa e “fugir” (esta fuga aconteceu um certo dia, da Rua Heliodoro Salgado para a Rua Vasco da Gama – se bem atentarmos fugiram para 3 ruas a seguir à morada de minha mãe). A minha querida e saudosa mãe, nesse dia de manhã, iniciou os seus trabalhos de parto, pelo que a minha tia Margarida, de imediato, foi procurar a parteira para que esta acompanhasse o parto deste vosso auto-biografado. Então, porque a parteira não chegava a horas, resolvi NASCER, sem qualquer apoio de ninguém. A minha mãe dizia, muitas vezes, que nasci sozinho. Logo que se iniciaram as dores do parto, este vosso amigo não foi de modas. Mesmo sem dizer: “Mãe, nasci!”, aconteceu o que ninguém esperava:”parto-espontâneo”.
A minha mãe trabalhava, ocasionalmente, a dias em casa do Dr. Paulo Benevides, na Avenida da Bélgica, actualmente Avenida Alfredo da Silva. Foi nesta casa que durante muito tempo almocei e jantei com os filhos do casal. Lá aprendi a brincar, a rir e a sentir o quanto alguns de nós somos diferentes uns dos outros, sem, contudo, deixarmos de ser iguais. Foi ali também que, independentemente de nunca ter sido baptizado, fui seguindo a religião católica, particularmente na Catequese. Desde sempre, na minha casa se discutia a minha entrada para a Catequese, pois o meu pai nunca aceitou bem esta situação. Note-se que foi devido à sua caturrice e/ou teimosia pura, que eu nunca fui baptizado. Talvez por motivo dessa discussões, eu tivesse mantido sempre um elevado sentido de observação de tudo quanto ouvia, via e entendia, também na área da religião católica. Na continuidade dos períodos de observação que fui fazendo, ainda hoje me sinto um agnóstico, sem contudo, me opor a que as minhas filhas, por vontade da minha mulher, tivessem sido baptizadas.
Continuando esta minha auto-biografia, surge na minha memória um dia de Primavera em que me encontrava a brincar com alguns rapazes e meninas, no Beco do Resende, quando sou derrubado com uma pedrada no olho esquerdo. De imediato me levaram para o Posto de Socorros, na Misericórdia do Barreiro, no Largo de Santa Cruz, onde terei sido de pronto assistido. O médico que me atendeu terá informado a minha mãe que deveria levar-me com brevidade ao Instituto Dr. Gama Pinto, em Lisboa, onde poderiam ajuizar da dimensão das mazelas resultantes deste incidente. Mau grado todas as tentativas a minha visão foi abruptamente cancelada, o que provocou, a partir dali (tinha eu apenas 7 anos de idade), alterações profundas na minha vida futura, pelo que desde muito pequenito tive de me preparar para o que viria a seguir. Caso o incidente tivesse ocorrido agora, provavelmente a visão teria sido possível recuperar.
Na Escola Primária da Liga dos Combatentes da Grande Guerra, sita na Rua Miguel Pais, no Barreiro, consegui sempre, com aproveitamento, completar a 4.ª classe, tendo sido submetido a exame na Escola Conde Ferreira. Logo de seguida fui inscrito na EICAS – Escola Industrial e Comercial Alfredo da Silva, onde iniciei os estudos com vista a poder, num futuro próximo, alcançar todas as metas que naquela altura se colocariam à minha disposição. Porém, devido à situação de monocular, fui sempre impedido de frequentar as aulas de trabalhos manuais, alguns desportos, etc., facto que motivou sempre um trauma que durante muitos e muitos anos me acompanhou. De tal modo que, sempre que pretendia entrar nalgum dos desportos, estes me estavam interditos. Ocultava sempre tal situação e assim lá prosseguia, até ao momento em que me informavam da necessidade da inspecção médica. Aí o assunto terminava, com muita mágoa e dor profunda. Entretanto, com a minha grande vontade de vencer, lá fui conseguindo ultrapassar algumas dificuldades, vencendo diversas barreiras, nomeadamente as da vida.
Tentei e consegui sempre ser um bom aluno, aplicado em tudo quanto se me deparava pela frente, vencendo sempre as barreiras que me colocavam. Em 30 de Julho de 1965 terminei o CURSO GERAL DE COMÉRCIO, com a classificação final de 12,08 Valores, assim distribuídos: Português – 11; Francês – 12; Inglês – 14; Geografia – 14; História Geral e Pátria – 12; Cálculo Comercial – 12; Ciências Físico Naturais – 10; Mercadorias – 14; Noções de Comércio, de Direito Comercial e de Economia Política -11; Técnica de Vendas – 11; Caligrafia – 11; Dactilografia – 14 e Aptidão Profissional (onde se incluía especialmente a Contabilidade Geral) – 17.
Quando me inscrevi na EICAS para o Curso Geral de Comércio, no regime nocturno, fiz de imediato a minha admissão à Câmara Municipal do Barreiro, tendo ali efectuado o percurso que a seguir discrimino, por ordem de antiguidade: Cartório Notarial; Conservatória do Registo Civil; Repartição de Finanças; Delegação de Saúde; Secretaria da CMB e, por último, promovido pomposamente como CATALOGADOR, com a incumbência de organizar a futura BIBLIOTECA MUNICIPAL, com o apoio da minha querida e saudosa colega e amiga OLGA COSTA MANO. Após cerca de 2 anos de organização, no Edifício da CMB, lá me desloquei para as novas instalações na Avenida Alfredo da Silva (local onde se encontra actualmente o Espaço Jovem). Nestas instalações com o apoio de um bom grupo de amigos, dos quais destaco o Dr. Miguel de Sousa, Engenheiro Leal da Silva, Dr. António Sardinha, Dr. José Pedro da Costa, Dr. Silveira Lopes, etc., foi possível organizar, reunir obras diversas, solicitar muitas outras através das várias entidades de investigação e cultura portuguesas. Por ali passaram muitos outros, a quem peço humildemente desculpas, porém a minha memória para nomes já começa a fraquejar.
Servi todos os departamentos onde trabalhei com o maior empenho e dedicação, recebendo, por isso alguns louvores por parte das respectivas chefias. Permito-me deixar claro que, desde muito novo, sempre me pautei em conformidade com as regras da boa educação, nunca descurando, de algum modo, o serviço público onde estava inserido. Posso, entretanto, salientar que sempre entendi que não seria possível projectar o meu futuro, sem atentar maduramente sobre algumas das minhas experiências no passado.
Nesta conformidade, decidi procurar, fora dali, um outro trabalho que complementasse financeiramente as minhas necessidades, já que a minha família não dispunha de bases sólidas para me garantir os estudos além do Secundário.
Assim, inscrevi-me no Banco Pinto & Sotto Mayor, tendo efectuado as provas de admissão e em 2 de Novembro de 1965 fui admitido para trabalhar nos Serviços de Pessoal, no Edifício da Rua do Ouro, em Lisboa. Porque, naquela altura parar é morrer, depressa me propuseram a transferência para o Serviço de Contabilidade, depois para o Departamento do Cartão de Crédito Sottomayor, onde colaborei na montagem de todo o sistema contabilístico que permitiria coordenar os movimentos Cartão/Cliente/Banco.
Num dia de Maio (sábado) estando, eu e o meu cunhado, a preparar todo o esquema do Rally Papel promovido pela Associação Académica do Barreiro, sou alertado para a presença de uma viatura com um autocolante do Cartão de Crédito Sottomayor. Na expectativa de que se tratasse de algum colega de trabalho para lá me dirigi, questionando o seu condutor sobre o seu local de trabalho. Fui informado pelo mesmo que não era empregado do Banco, mas era o filho mais novo de António Champallimaud, meu patrão. Apresentámo-nos e sem demora lá partimos à conquista do título. Mau-grado todas as expectativas do referido condutor, foi o mesmo desclassificado por haver cometido algumas faltas técnicas. No final da prova despedimo-nos com um até sempre. Mal sabia eu que “o até sempre”, teria início na segunda-feira seguinte, pois logo que entrei no Banco fui de imediato chamado à presença do Secretário-Geral do mesmo, Luis Daun e Lorena (Pombal), o qual me informou ser cunhado do citado condutor, que se sentia muito aborrecido, pois havia sido desclassificado, facto que não admitia. Assim, este senhor disse-me (ou ordenou-me?) que no dia seguinte estaria dispensado de trabalho, devendo aproveitar esse dia para, junto da Associação Académica do Barreiro, tentar por todos os meios, ultrapassar a situação criada ao cunhado, propondo-me até que informasse os membros da AAB, de que o Banco financiaria algumas verbas para apoio financeiro da Associação.
Por que se tratava de uma ordem, porque nos encontrávamos no ano de 1973, e também porque não me era permitido dizer não, lá decidi ir junto da Direcção daquela Associação, propondo tudo quanto me tinha sido informado, para se poder alterar a decisão antes tomada. Enfim, de lá saí “de rabo alçado” ouvindo toda a qualidade de impropérios contra tudo o que representava a Família Champallimaud. Em resumo, proibiram-me de lá voltar propondo tamanha barbaridade.
No dia seguinte lá voltei ao Banco e de imediato me dirigi ao Gabinete do Secretário Geral dando-lhe conta do que se teria passado, tendo o senhor ficado muito aborrecido, aproveitando até para me tratar muito mal, admitindo até que eu estaria “feito” com eles, pois com gente do Barreiro, tudo poderia acontecer. Um mês depois, fui chamado ao Gabinete do meu Director José Manuel da Fonseca Calixto,o qual na presença de Rui Manuel Ribeiro Cunha, que me informou que o Conselho de Gestão queria testar as minhas capacidades de trabalho e decisão, pelo que iria ser de imediato transferido para a Secção de Depósitos, no Edifício da Rua do Ouro, para mais tarde poder vir a ser promovido a Sub-Director dum qualquer Departamento ou outra qualquer posição mais alta na hierarquia do Banco, pois era essa a “real” intenção da Administração do Banco, face aos serviços prestados na Instituição.
Claro que obedeci, porém deixei bem claro àquele Director e na presença do Chefe de Serviços Rui Cunha, aliás padrinho de baptizado da minha filha mais nova, que toda aquela encenação se assemelhava a uma tramóia, aliás bem urdida, para me destruírem sem que da minha parte houvesse qualquer possibilidade de recurso. Aliás, eu já havia sido avisado por um colega de outro departamento, de que já estava designado o novo chefe de secção do Departamento do Cartão Sottomayor para me substituir.
Ao longo de mais três anos de trabalho árduo, tudo quanto consegui ver à minha volta, me demonstrou a verdadeira cabala a que fui sujeito, em resposta à não concretização do desejo do filho do patrão do Banco, facto que sempre me fez sentir perseguido por algumas hierarquias do Banco, à excepção do meu querido e saudoso chefe de Serviços José Rodrigues, homem de grande coração, o qual sentindo de perto toda a tramóia a que estive sujeito, sempre me apoiou e protegeu. Como prova da sua protecção posso citar que, no dia da greve dos bancários, ainda antes de 1974, foi este meu chefe quem marcou o meu ponto, para que nada nem ninguém me pudesse acusar de falta injustificada, pois assim aconteceu a alguns dos meus colegas.
Finalmente aconteceu o 25 de Abril de 1974. Toda a perseguição parou. Enfim senti finalmente uma real liberdade que me permitiria colaborar a 100% com o serviço onde me encontrava. Cerca de um ano depois, surge o 11 de Março de 1975, e quando nada faria prever, o COPCON surgiu junto de todos os Bancos para “recolher em camionetas” os membros dos Conselhos de Administração, tendo previamente sido solicitada a sua presença para “reunião importante”. Até que através da vidraça da montra vejo Luis Daun e Lorena (Pombal) Secretário-Geral do Banco a aproximar-se da porta principal. Nessa altura apenas me ocorreu sair e dirigir-me a ele, o que aliás fiz, tendo-o então informado do que estava a acontecer, aconselhando-o a desaparecer para fora do País, pois caso entrasse seria levado preso para Caxias. Este de imediato recuou e lá se foi, sem deixar rasto.
Dois ou três anos depois, quando já me encontrava a funcionar junto da Direcção Comercial de Lisboa, na categoria de Assistente da Direcção, e estando a almoçar juntamente com mais três elementos daquela Direcção, sou surpreendido pelo (ex) Secretário-Geral do Banco, cumprimentando-me e para que todos os presentes na mesa o ouvissem, apresentou-me as suas desculpas pela perseguição que me moveu e agradeceu que o tivesse advertido do perigo que corria, caso tivesse entrado no Banco naquele dia fatídico. Enfim, a verdade vem sempre ao de cima e, a partir dali todos os presentes me passaram a olhar de outro modo, se, eventualmente, ainda houvessem algumas dúvidas na mente de cada um deles.
Permitam-me que descreva as funções especiais que desempenhei no Banco Pinto & Sotto Mayor, por ordem de datas, a saber:
02.11.1965 – Admissão no BPSM onde passei a integrar o apoio à Secção de Pessoal;
18.02.1970 - Organização e montagem de todo o sistema de contabilidade e cobranças do Cartão Sottomayor;
22-06.1976 - Nomeado pelo Conselho de Gestão para acompanhar e coordenar todo o processo com a SPOC – Sociedade Portuguesa de Obras de Construção, Ld.ª;
05.11.1976 - Nomeado pelo Conselho de Gestão para representar o Banco na Presidência dos Conselhos de Administração das Empresas INTERURBE, COPRUR e COTINUR;
02.12.1976 - Nomeado pelo Conselho de Gestão para colaborar com o Conselho de Administração da Nacional Rádio, SA;
28.07.1977 – Nomeado pelo Conselho de Gestão para acompanhar todo o processo do Grupo José Cristovão, coordenando as posições dos restantes Banco envolvidos (num total de 5);
22.12.1977 – Nomeado pelo Conselho de Gestão para em colaboração com a gerência da Agência de Santa Marta, acompanhar todo o processo de recuperação de cobranças com efeitos de mora, no processo J.J.GONÇALVES, SUCRS, tendo para o efeito efectuado bastantes deslocações por todo o País, aprovando algumas operações de crédito, mesmo sem que me fosse concedido o Estatuto de Sub-Director;
07.03.1978 – Nomeado pelo Conselho de Gestão para representar o Banco na Presidência dos Conselhos Fiscais das empresas INTERURBE, COPRUR e COTINUR;
09.05.1978 – Nomeado pelo Conselho de Gestão, por procuração, para coordenar todo o processo da empresa ORFEMA – Bravo, Jorge & Guimarães, Ld.ª, bem como para outorgar todas as escrituras de distrate das fracções no Edifício das Avencas – Parede;
22.09.1978 – Nomeado pelo Conselho de Gestão, por procuração, para preparar e outorgar todas as escrituras de distrate das fracções do Parque Oceano e Parque de Santa Clara, da empresa SPOC;
05.03.1979 – Nomeado pelo Conselho de Gestão para acompanhar, inspeccionar e informar sobre o processo do Grupo SUPORTE;
15-06-1979 – Ver carta endereçada ao Presidente do Conselho de Gestão do BPSM;(a)
21.03.1982 – Nomeado pelo Conselho de Gestão, para representar o Banco no Grupo de Trabalhos de Financiamento à Construção Civil, a funcionar quinzenalmente junto do Banco de Portugal;
De acordo com o curriculum antes descrito, estive por variadíssimas vezes deslocado em Empresas de Construção Civil, tentando sempre organizar as disponibilidades financeiras das mesmas, com vista à liquidação dos créditos anteriormente concedidos.
Sempre em interligação com o Conselho de Gestão do Banco, consegui na maior parte dos casos orientar as gerências das empresas, informando as direcções comerciais do Banco, qual o tipo de crédito a conceder, e qual o equipamento que deveria servir como penhor mercantil.
Em Dezembro de 1977 dei início junto da Agência de Santa Marta à análise de todo o processo do grupo J.J.GONÇALVES, SUCRS. Já no início de 1978 comecei a viajar por todo o País e com a colaboração dos gerentes e direcções situadas na Filial do Porto, contactei com muitos clientes com vista a desbloquear as suas dívidas, implementando in-loco os montantes de crédito vivo a autorizar para resolução do grupo já em situação de falência.
Gostaria, entretanto, de voltar um pouco atrás, mais propriamente ao ano de 1961, quando ainda me encontrava a trabalhar na Delegação de Saúde do Barreiro. Atendia nesse serviço muitos clientes, mas um deles tinha a particular atitude de me tratar sempre com a seguinte saudação: “Bom dia, meu genro”. Note-se que além deste senhor, também conhecia o seu filho, nunca sabendo que também havia uma filha, até que, num belo dia precisando eu de uma capa para o personagem do diabo, para uma peça de teatro que iria ser levada à cena na Escola Industrial e Comercial Alfredo da Silva, tive de me dirigir a casa do senhor Manuel Miranda Pinho e falar com a filha, pois fui informado pelo irmão de que a sua irmã poderia resolver o meu problema. Então deu-se ali o tal “clic” – era ela a que mais tarde se tornaria minha namorada e, em 16 de Setembro de 1969 minha mulher.
Voltando agora à minha vida profissional e atribulada junto do Banco Pinto & Sotto Mayor, na sequência das variadíssimas atribuições que me eram distribuídas, nomeadamente a representação junto da Nacional Rádio, SARL. Depois fui nomeado com outro colega para representar o Banco junto de um “império” denominado SUPORTE, com a finalidade de inspeccionar tudo quanto nos fosse possível, já que se admitia tratar-se de um bluff, dado que já havia lesado vários Bancos portugueses, arrastando atrás de si alguns gerentes e directores. Este grupo era constituído por cerca de 10 empresas, cujo objecto social seria a construção civil, encontrando-se espalhado por quase toda a Grande Lisboa. Mais tarde em seguimento das buscas que fizemos contactamos que também existia uma empresa em cujo endereço consistia numa boîte em Albufeira. Esta situação alertou-nos e por tal motivo fomos tentando contactar todas as outras, ao que fomos tomando nota de que cerca de 7 não existiam, tratando-se de endereços onde estavam radicados salões de cabeleireira, massagistas e outras “pseudo-clínicas de fisioterapia”. Em resumo, locais menos apropriados e muito mal frequentados, conforme pudemos constatar.
Quando ainda nos encontrávamos nestas buscas, fomos alertados para uma notícia acerca da emissão de notas de dólares falsas, tendo como seu presumível autor João Maria Tudela, o cantor moçambicano que viemos também a saber tratar-se de colaborador do principal empresário do grupo SUPORTE. Ao mesmo tempo que esta notícia surgia, fomos sendo alertados para o processo de corrupção que corria os seus trâmites contra o Presidente da C. M. de Vila Franca de Xira. Porque se tratava de processo já em poder da Polícia Judiciária, não conseguimos obter quaisquer elementos, o que só muito mais tarde foi possível. Então, lá estava o grupo SUPORTE envolvido também nestas tramóias.
Seguidamente, ao visitarmos uma das empresas “reais” situada em Odivelas, fomos informados pelos seguranças que a mesma teria sido assaltada durante a noite anterior, provavelmente com alguns camiões, pois todo o material destinado à construção civil que ali se encontrava, em estaleiro vedado, teria sido levado. Este assunto, que eu saiba nunca chegou a encontrar os culpados. Como sempre a justiça é lenta e sempre tarda!
De todos estes factos eu dava conhecimento, por escrito, ao meu Director principal Vasco da Silva Pinheiro, o qual me garantiu sempre que arquivaria os meus memorandos, não fosse algum dia “o diabo tecê-las” e caso se tornassem necessários, faríamos presente à luz do dia, para que, o Conselho de Gestão delineasse um processo judicial, já que estariam envolvidos alguns gerentes e directores de vários bancos. Uma vez mais acreditei na palavra da pessoa que mais próximo de mim se encontrava a coordenar esta inspecção, aliás muito peculiar e estranha, porquanto os Serviços de Inspecção do Banco, com pessoal especializado neste tipo de trabalhos, nunca foram chamados a este processo.
Durante quase todo o percurso em que decorreram as buscas, fui surpreendido com alguns telefonemas anónimos para minha casa e até nos telefones internos do Banco, avisando-me que deveria calar-me sobre o que encontrava, caso contrário poderia sofrer represálias ao nível de bomba colocada na viatura que eu conduzia. Do facto fui sempre informando o meu Director. Até que, numa segunda-feira de manhã sou informado pela secretária do Conselho de Gestão que deveria dirigir-me ao Banco na Rua do Ouro, pois os membros de Conselho estavam ali reunidos e pretendiam falar comigo e com o meu Director.
Para lá me dirigi, sempre esperançado que da tal conversa pudesse vir a resultar a tão desejada promoção: Sub-Director. Entrámos na sala de Reuniões e logo para começar é me apresentado um exemplar do “Expresso” edição do sábado anterior, onde vinha um artigo acerca do grupo SUPORTE e das grandezas e misérias na orla da Banca Portuguesa, admitindo-se, naquele artigo, grande conivência com alguns directores e gerentes dos diversos bancos, bem como do ex-Presidente da C. M. de Vila Franca de Xira. Dado que toda a documentação que entreguei ao meu Director se “perdeu sem deixar rasto”, nada posso afirmar, mas tão só presumir da sua veracidade. Naquele momento, ao ler o citado artigo da autoria do director do Expresso Augusto de Carvalho, logo percebi que se tratava de mais uma tramóia para me derrubar da posição que até ali assumia junto do Conselho de Gestão. Assim, foi, apesar de eu afirmar categoricamente nunca ter prestado quaisquer informações para fora do Banco, apesar de tudo o que lá vinha a lume, ser do meu inteiro conhecimento e também do meu Director, a quem eu participava tudo o que envolvia aquele grupo. Não obstante todas as minhas palavras, o senhor Presidente do Conselho de Gestão Dr. Consiglieri Pedroso, sem contudo poder afirmar a minha culpa no caso, entendeu por bem retirar-me imediatamente daquele posto, informando-me que a partir dali me era retirada também a confiança profissional.
Assim, mais uma vez me vi “lançado escada abaixo” sem que me pudessem atribuir legalmente qualquer culpabilidade.
Quando de lá saí, juntamente com o meu Director, pedi-lhe que me entregasse os dossiers que lhe havia sido entregue, ao que o citado senhor me respondeu: “dossiers? Mas que dossiers?”, “por favor, não me obrigues a pedir que te processem”, “eu não tenho dossier nenhum e ponto final!”.
Mais tarde, mesmo muito mais tarde, já em 1979, consegui finalmente perceber toda a tramóia. O meu Director tinha sido alvo de um processo por causa de intervenções suas em atribuição de créditos ao citado grupo SUPORTE, facto que caducou em 1978, pelo que não pretendia pôr em cheque a sua “bela reputação”. Mais ainda, a informação fornecida ao Expresso só poderia ter sido dele, porquanto o director do jornal era seu afilhado de casamento.
Em 1980 morre a minha querida e saudosa mãe, vítima de acidente vascular cerebral, terminando ali o cordão umbilical que a ela me ligava.
Em 1982 volto a ser nomeado, agora pelo Dr Tavares Moreira, para representar o Banco junto do Banco de Portugal no Grupo de Trabalho sobre as Empresas de Construção Civil.
Depois de alguns anos nesta actividade, sou convidado para exercer actividade junto da Direcção Comercial de Lisboa, o que aceitei, local onde estive, já no Edificio da Av.ª Fontes Pereira de Mello, até ter tomado a suprema decisão de requerer a reforma antecipada, pois estava informado que se aproximava a chegada do Grupo António Champallimaud e já se começavam a desenhar as deslocações de diversos gestores e directores do Banco para a nova entidade bancária denominada BCP. Facto a destacar nesta prosa é a de que durante bastante tempo, quer alguns dos gerentes e dos directores, sempre empurraram os grandes clientes do Banco para a instituição bancária no tempo já formada.
Pena que até ao momento nada tenha sido feito, a nível da imprensa lida e falada, pois os dois maiores bancos comerciais portugueses, foram cilindrados para dar lugar ao peso pesado BCP, do qual sou “pomposamente” denominado Reformado, sem que por ali tivesse estabelecido funções.
Então, termino o relato da minha actividade bancária, que poderia ter sido potencialmente diferente, não tivesse sido cilindrado pela ganância de alguns.
Posso afirmar nunca mais ter entrado nas instalações do Banco na Rua do Ouro, e só entrei no Edifício da Av.ª Fontes Pereira de Mello por ter necessidade de requerer junto da Conservatória do Registo Civil, uma certidão de nascimento de um amigo.
Entretanto a minha vida, a nível cultural, sempre decorreu na melhor ordem, pois desde muito cedo me encontro a apoiar o ARTE VIVA – Companhia de Teatro do Barreiro, inaugurado em 9 de Maio de 1980, tendo inicialmente as suas instalações no Externato D. Manuel de Mello, onde como actor representei algumas peças de teatro, particularmente “O Amanhã”, 1983-1984; “O Doido e a Morte”, 1985; ”Três em Lua de Mel”, 1986; ”A Farsa de Inês Pereira”, 1988-1989; “As Guerras do Alecrim e Manjerona”, 1992; “Pintores e Ladrões”, 2002. Sou membro efectivo da Direcção do Grupo na categoria de Tesoureiro. Entre outras atribuições executo toda a contabilidade analítica, pois o serviço de contabilidade oficial que faz a contabilidade geral do Grupo, não teria capacidade humana para executar este tipo de contabilidade, e caso a tivesse teríamos de suportar custos bastante elevados. Claro está que num Grupo de Teatro, devido à diversidade de despesas a ele inerentes, somente com um serviço de contabilidade analítica seria possível, aquilatar toda a diversidade de custos e receitas atribuíveis a cada uma das peças ali representadas. Assim sendo, posso, sem sombra de dúvidas afirmar ser esta a minha segunda casa.

APÊNDICE
(a)
….” Na minha qualidade de funcionário deste Banco acerca de 14 anos, é a segunda vez que me dirijo, por escrito, para apresentar as minhas razões, o que faço com o maior pesar, porquanto permita-me salientar que, por força de factores que me são inteiramente desconhecidos, sinto-me completamente marginalizado, no que se refere a definição concreta da minha situação profissional, isto em termos contratuais, dado que desde há cerca de 3 anos, tenho merecido da parte de Vossa Excelência e de todos os Gestores deste Banco (ainda não havia entrado no Banco o Dr. Consiglieri Pedroso, que veio substituir aquele a quem me dirigi e que faleceu pouco tempo depois desta minha carta lhe ter sido entregue e com quem falei directamente), elogios que bastante me apraz aqui registar, sem que contudo tenha sido contemplado com qualquer estimulo de ordem material.
Não quero deixar de esclarecer, para que não surjam quaisquer dúvidas, que a minha primeira carta dirigida ao Banco, data de 15 de Março de 1973 e, destinava-se à apresentação do meu pedido de demissão e, foi directamente entregue ao Presidente do Conselho de Administração Senhor Dr. Fernão de Ornellas Gonçalves, o qual após uma longa conversa que tivemos, no seu Gabinete, considerou não ser de aceitar, tendo-me incitado a continuar a lutar, de modo a poder com o meu esforço transpor a barreira que, como ele próprio admitiu, se vinha colocando à minha frente, o que com a maior força de vontade e espírito de sacrifício aceitei.
Porém, ao longo de todo este tempo, tenho tentado provar as minhas capacidades profissionais junto dos meus superiores hierárquicos, nunca regateando todos os esforços para transpor “mais outra barreira”, esta muito mais difícil e quiçá provida de desconhecidos obstáculos e/ou contrariada por forças adversas que tudo tem feito para evitar que a transponha.
Quando em princípios de Março de 1973 fui informado pelo Director João Manuel Ribeiro da Fonseca Calixto e Chefe de Serviços do Departamento do Cartão Sottomayor Rui Manuel Cunha, que iria ser transferido para a Secção de Posições, na Rua do Ouro, de acordo com as instruções que lhes teriam sido fornecidas pelo Conselho de Administração do Banco, com vista a prestar provas da minha capacidade profissional noutro departamento, de modo a que fosse possível ajuizar, qual deveria ser o enquadramento futuro, logo senti que começava ali, não a minha possível ascensão na carreira profissional do Banco, mas tão-somente a queda da escadaria dourada que me apresentavam, com alguma dose de cinismo, bastante visível aliás. Uma semana antes de concretizada a minha transferência para o novo serviço, já se encontrava junto a mim um funcionário que “por obras e feitos valorosos” já se encontrava nomeado Sub-Chefe dos Serviços do Departamento do Cartão Sottomayor.
As razões da minha transferência, quase compulsiva, somente em 1977 me foram particularmente comunicadas, segundo a versão de alguns. Tratava-se de um pseudo-saneamento, dado que “supostamente haveriam” alguns indícios de actividades sindicais e outras de ordem politico-partidária, que poderiam eventualmente causar transtornos futuros no Departamento.
Posso, aqui sob minha honra, informar Vossa Excelência que tais dúvidas não tinham qualquer fundamento, apesar de reconhecer que ao tempo, bastava que aqueles meus superiores hierárquicos sabendo que eu morava no Barreiro, pensassem tudo o que quisessem.
Felizmente que hoje todos eles se afirmam democratas e defensores da liberdade individual, esquecendo um passado nada longínquo que bastantes marcas deixou a pesar sobre alguns de nós.
Senhor Presidente,
Não queria de modo algum fazer desta minha exposição um muro de lamentações, porquanto existiram diversos factores que ao longo de todo este tempo me serviram de resposta às dúvidas que eu próprio formulei no meu cérebro.
Em 11 de Junho de 1976 foi chamado para trabalhar junto do Senhor Carlos Moutinho de Freitas, no Serviço de Apoio às Operações Económicas e de Crédito. Como baptismo foi-me entregue um dossier para examinar – SPOC. Sociedade Portuguesa de Obras de Construção – ao mesmo tempo que era incumbido de assistência ao Conselho de Gestão do Banco, na pessoa do Dr. Tavares Moreira, apesar de me encontrar ligado oficialmente ao SAOEC (aliás facto que só foi oficializado ao final de um ano de ter saído da Secção de Posições).
Nesta conformidade, ainda que fosse verdade o que me foi transmitido pelos meus superiores no Cartão Sottomayor, já teria havido tempo suficiente para que ficasse provada a minha capacidade profissional, e consequentemente deliberado acerca da minha passagem à categoria profissional imediata. Tal deliberação não ocorreu até ao momento, pese embora todo o apreço e amizade, demonstradas por V. Ex.ª.
Exposta que foram as presumíveis razões que entendo serem os motivos da minha apreensão e, porque não dizer, também os motivos do meu estado de espírito, bem do conhecimento de V. Ex.ª, sem que alguma vez tenha demonstrado menos profissionalismo e competência, é com o maior respeito que solicito a revisão do meu processo profissional e bem assim, a solução que V. Ex.ª entenda por bem ser a mais adequada para as funções que desde sempre venho desempenhando.
Esclareço, entretanto, que a minha última promoção ocorreu em Janeiro de 1972 à classe C, correspondente perante este CCTV ao nível 7.
Nos factos antes expostos, admito não existirem quaisquer dúvidas, mas caso existam, encontro-mo à inteira disposição de V. Ex.ª para os esclarecimentos que entender por bem lhe venham a ser prestados.
Apresento respeitosamente os meus melhores cumprimentos. Atentamente. A).- João Cavaco. ---“

quinta-feira, junho 03, 2010

HISTÓRIA DA DEMOCRACIA EM PORTUGAL

O trabalho que vos apresento deveria fazer parte dos multiplos trabalhos que integrariam o meu Porfólio para as NOVAS OPORTUNIDADES. Porém este e outros trabalhos, nunca poderam ser apresentados, porquanto a noção ridicula que me apresentavam, era a de que só deveriam contemplar os trabalhos integrados no meu Relato de vida (que um dia deverei divulgar para conhecimento de todos os meus fieis leitores). Esta foi efectivamente a razão que me levou a DIZER NÃO ao processo mais cretino até hoje apresentado pelo Ministério da Educação, com o beneplácito do Sindicato dos Professores, cuja intervenção até hoje nunca foi conhecida.
Então cá vai, à vossa especial consideração:

DEMOCRACIA

O presidente Abraham Lincoln (1809-1865) definiu a democracia como: "Governo do povo, pelo povo, para o povo» A democracia é, de longe a forma mais desafiadora do governo - tanto para os políticos como para o povo. O termo democracia vem do grego e significa "governo simples de pessoas". O chamado "democracias" na antiguidade clássica (Atenas e Roma) representam os precursores das democracias modernas. Como a democracia moderna, elas foram criadas como uma reacção a uma concentração e abuso de poder pelos governantes. No entanto, a teoria da democracia moderna não foi formulada até ao final do Século XVIII, quando os filósofos definiram os elementos essenciais da democracia: separação de poderes, os direitos civis e direitos humanos, liberdade religiosa e da separação entre Igreja e Estado.

HISTÓRIA DA DEMOCRACIA EM PORTUGAL
I – DITADURA MILITAR

A Ditadura Nacional era o nome do regime português, iniciado pela eleição do presidente Óscar Carmona em 1928 (na sequência de toda a turbulência derivada do golpe de Estado de 28 de Maio de 1926), o qual durou até à aprovação da nova Constituição em 1933, quando o regime mudou o seu nome para Estado Novo.
Em 5 de Julho de 1932, António de Oliveira Salazar torna-se Primeiro-Ministro. Em 1933 uma nova Constituição é aprovada na sequência de um referendo falso, alterando assim a definição de Portugal como um Estado Corporativo, regime de partido único e multi-país intercontinental (Europa, África, Ásia e Oceânia). Um fascismo encapuçado num regime ditatorial de direita, intitulado Estado Novo estava instalado. Um único partido denominado União Nacional é criado. O Código Nacional de Trabalho é publicado, proibindo todos os sindicatos livres. Cria-se também uma polícia política, a PVDE (Polícia de Vigilância e de Defesa do Estado). Enfim foi criado um Estado de Defesa e Vigilância da Polícia, com uma feroz censura, actuante, sistemática e generalizadamente junto de todo o sector da informação.
Sob o Estado Novo, o governo democrático de Portugal foi tolerado pelos seus parceiros da NATO, devido à sua natureza anti-comunista. Esta atitude mudou dramaticamente em meados dos anos sessenta, sob a pressão da opinião pública e os movimentos da ala esquerda que se começavam a assumir por toda a Europa. Houve então algumas eleições menos legais, mas que raramente foram impugnadas - com a oposição cujas liberdades políticas se encontravam muito limitadas, a quem era permitido, apenas durante um período eleitoral breve, que protestassem abertamente contra o regime, antes das eleições de modo a fornecer ao regime toda a legitimidade aparente. Em 1958, o General Humberto Delgado - um ex-membro do regime – apresenta-se contra o candidato presidencial do regime, Américo Tomás, tendo-se recusado a aceitar que seu nome fosse retirado da competição. Tomás ganhou a eleição, mas só através de alegações de fraude eleitoral generalizada, facto que negou a Delgado a sua "vitória legítima”. Imediatamente após esta eleição, o governo de Salazar abandonou a prática da eleição popular do Presidente da República, facto que permitiu posteriormente criar um “Regime Fiel” na Assembleia Nacional.
Após o golpe militar de 28 de Maio de 1926, Portugal implementou um regime autoritário denominado “social católico” e de inspiração integralista.
Em 1933, o regime foi reformulado e renomeado Estado Novo, e Oliveira Salazar foi nomeado Presidente do Conselho de Ministros, até 1968, quando sofreu um acidente vascular cerebral na sequência de um acidente doméstico.
Ele foi substituído por Marcelo Caetano, em Setembro, que serviu como Presidente do Conselho de Ministros (primeiro-ministro), até que ele foi deposto em 25 de Abril de 1974.
No início da década de 1970, o regime autoritário do Estado Novo continuou a pesar sobre o país, após meio século de governo do presidente do Conselho de Ministros, António de Oliveira Salazar.

Durante o tempo de Marcelo Caetano no cargo, as suas tentativas de reforma política menores foram obstruídas por elementos importantes dentro do regime salazarista (conhecido como o Bunker). A Polícia política do Estado Novo - a PIDE (Polícia Internacional e de Defesa do Estado), mais tarde DGS (Direcção-Geral de Segurança), e originalmente a PVDE (Polícia de Vigilância e Defesa do Estado) - perseguiu os opositores do regime, que muitas vezes eram torturados, presos ou mortos.
O contexto internacional não era favorável ao regime Português. A Guerra Fria estava no seu auge, e os capitalistas e comunistas das nações do bloco, apoiavam a guerrilha nas Colónias Portuguesas, respectivamente, a influência americana e soviética. A intransigência do regime e do desejo de muitos portugueses que viviam nas ex-Colónias sob o Governo Português levou a um processo de descolonização atrasado, no caso de Angola e Moçambique, de quase 20 anos. Ao contrário de outras potências coloniais europeias, Portugal tinha longos e estreitos laços com as suas Colónias Africanas. Na opinião de muitos, um império colonial era necessário para manter em toda a Europa, o poder nacional e influência. Em contraste com a Grã-Bretanha e França, os colonizadores portugueses tinham-se integrado e assimilado através de casamentos, dentro das Colónias, durante um período de 400 anos. Apesar das objecções nos fóruns mundiais como as Nações Unidas, Portugal já há muito tempo que mantinha as suas Colónias Africanas, as quais faziam parte integrante de Portugal. Assim este viu-se obrigado a defendê-las militarmente da inspiração comunista que se fazia sentir, tendo lutado contra os grupos armados, particularmente após a anexação unilateral e forçada dos enclaves da Índia Português Goa, Damão e Diu, em 1961.
Movimentos de independência nas Colónias Africanas - Moçambique, Angola, Guiné Português, São Tomé e Príncipe e Cabo Verde - todos eventualmente vinham manifestando alguma forma de resistência guerrilheira armada. Salvo na Guiné, estas forças de guerrilha armada foram facilmente contidas pelas forças armadas portuguesas e pelas milícias de defesa criadas para defender as casas dos habitantes das zonas mais fustigadas, apesar de diversos embargos de armas contra Portugal. No entanto, os vários conflitos forçaram os regimes de Salazar e Caetano a gastar mais do orçamento do país, na administração colonial e despesas militares, e Portugal, depressa se viu cada vez mais isolada do resto do mundo. Depois que Caetano assumiu a presidência do Conselho de Ministros, a guerra colonial tornou-se uma das principais causas de discordância e um foco para as forças anti-governamentais na sociedade portuguesa. Muitos estudantes e activistas anti-guerra, foram forçados a deixar o país para que pudessem escapar da prisão e tortura levada a cabo pelas forças de segurança do governo.
Economicamente, o regime manteve uma política do corporativismo, que resultou na colocação de uma grande parte da economia portuguesa, nas mãos de alguns grupos industriais. No entanto, a economia crescia fortemente, especialmente após a década de 1950, Portugal é co-fundador da EFTA, OCDE e NATO. Na verdade, apesar do custo da guerra colonial, a economia estava a crescer a uma taxa anual muito mais rápida, do que o resto da Europa Ocidental e foi em notado a partir dali um impressionante crescimento de 6% anuais. Seriam necessários quase 20 anos para Portugal para alcançar o mesmo nível de paridade do PIB em relação aos seus vizinhos da Europa Ocidental, como havia antes da revolução.

II – REVOLUÇÃO DOS CRAVOS

A Revolução dos Cravos, foi quase um golpe sem derramamento de sangue, de esquerda militar, iniciado em 25 de Abril de 1974, em Lisboa, que efectivamente mudou o regime de Português de uma ditadura para uma democracia autoritária após dois anos de um período de transição, conhecido como PREC (Processo Revolucionário Em Curso), caracterizado pela agitação social e disputa de poder entre as forças de esquerda e direita política. Embora a polícia política do regime, a PIDE, ter morto quatro pessoas antes de se render, a revolução era incomum, porquanto os revolucionários não usavam a violência directa para atingir seus objectivos. A população, manteve os cravos vermelhos, convenceu os soldados do regime a não resistirem. Os soldados rapidamente trocaram as balas por flores. Era o fim do Estado Novo, o mais longo regime autoritário na Europa Ocidental.

Imediatamente após a revolução, os direitos democráticos foram restabelecidos em Portugal. Em 27 de Abril, os presos políticos foram libertados, incluindo um grande número de quadros do Partido Comunista. Em 30 de Abril, Álvaro Cunhal regressou a Lisboa, onde foi recebido por milhares de pessoas. O 1º de Maio foi comemorado pela primeira vez em 48 anos, e um meio milhão de pessoas reuniu-se no Estádio FNAT (actual Estádio 1º de Maio) em Lisboa, para ouvir os discursos do comunista Álvaro Cunhal e do socialista Mário Soares.

Em 17 de Maio, o jornal do Partido Comunista Português, “O Avante!”, produziu o primeiro número legal de sua história.

Os principais líderes políticos e militares do antigo regime foram exilados ou demitidos. Um processo para dar a independência às colónias, começou com o total apoio dos partidos e, no prazo de um ano, os países da Guiné-Bissau, Angola, Moçambique, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe tornar-se-iam independentes.

Em 12 de Janeiro de 1975, o Partido Comunista Português tornou-se o primeiro partido legalmente reconhecido, após a abertura do processo de legalização pelo Supremo Tribunal de Justiça. Enquanto isso, o processo revolucionário continuou.

Em 11 de Março de 1975, a ala esquerda das forças militares derrotaram uma tentativa de golpe de Estado perpetrado pelos militares de direita ligado ao antigo regime. Isto resultou numa viragem do processo revolucionário político para a esquerda, com os principais sectores de da economia, tais como bancos, transportes, siderurgia, minas e empresas de comunicações a serem nacionalizados. Isto foi feito sob o comando de Vasco Gonçalves, um membro da ala militar que apoiava o PCP e que se tornou primeiro-ministro depois que o primeiro governo provisório se demitiu. O Partido afirmava então o seu total apoio para essas mudanças e para o processo de Reforma Agrária que implementou a colectivização do sector agrícola e da terra em uma região chamada de Zona de Intervenção da Reforma Agrária ou ZIRA, que incluía as terras ao sul do rio Tejo. O PCP tomou a liderança desse processo e conduziu-o de acordo com o seu programa, organizando vários milhares de camponeses em cooperativas. Isso, combinado com a forte organização clandestina do Partido e o apoio do movimento dos camponeses durante o ano anterior, fez as regiões do sul de Portugal, o grande reduto do PCP.
Um ano após a revolução, ocorreram as primeiras eleições democráticas para eleger o parlamento que iria escrever uma nova Constituição para substituir a Constituição de 1933. O PCP alcançou 12,52% dos votos e elegeu 30 deputados.

No Verão de 1975, o processo revolucionário atingiu o seu clímax, e o governo de Vasco Gonçalves, influenciado pela esquerda, estava sob ataque do Partido Socialista e de toda a direita portuguesa.

Durante o Verão, vários escritórios do PCP, foram atacados, saqueados e incendiados. Em 19 de Julho um grande comício organizado pelos socialistas contra o PCP, foi realizado em Lisboa. Em Agosto desse ano, nove oficiais militares influentes (o Grupo dos 9) emitiu um documento contra o Vasco Gonçalves e o Movimento das Forças Armadas. Nos meses seguintes a tensão permanente entre o PCP e os partidos moderados. Em Setembro, Gonçalves foi substituído por Pinheiro de Azevedo. As divisões dentro do sector militar foram crescendo e, em 25 de Novembro, uma tentativa de golpe pela esquerda radical foi impedido pelos militares de direita. Na sequência, o grupo foi atacado pelas forças restantes, mas um discurso notável por Melo Antunes, membro do Grupo 9, afirmou a importância do PCP no interior do regime democrático Português.
Nos meses seguintes aos ataques contra os escritórios de um partido continuaram, entretanto, com uma menor intensidade.

Em 1976, o edifício do actual regime democrático estava começando e, em 2 de Abril, a nova Constituição democrática, que incluiu várias referências ao "socialismo" e uma "sociedade sem classes", foi aprovada com o apoio do PCP.

Em 25 de Abril, a segunda eleição democrática foi realizada. Em Junho, a primeira eleição democrática presidencial foi realizada e candidato vencedor foi Ramalho Eanes, um oficial da ala moderada militar.

Nesse mesmo ano, a primeira Festa do Avante! Festival teve lugar. O festival tornar-se-ia um grande evento político e cultural em Portugal e ainda é realizada anualmente, a partir de 2006.

Álvaro Cunhal morreu em 13 de Junho de 2005, depois de estar longe dos olhos do público por vários anos. Dois dias depois, 250.000 pessoas reuniram-se em Lisboa para assistir ao seu funeral.

Nota:- Mais tarde tentarei prosseguir e concluir este meu trabalho de pesquisa.

OBRIGADO PELA V/ COMPREENSÃO.